Os Crimes dos Rios de Púrpura
Título Original: "Les Rivières Pourpres" (2000) Realização: Mathieu Kassovitz Argumento: Jean-Christophe Grangé Actores: Jean Reno – Pierre Niemans Vincent Cassel – Max Kerkerian Nadia Farès – Fanny Ferreira Jean-Pierre Cassel – Dr. Bernard Chernezé Karim Belkhadra – Capitão Dahmane |
O corpo mutilado de um aluno da Universidade de Guernon, nos Alpes franceses, é encontrado. Sem pistas do assassino, a polícia local contacta o reputado comissário Pierre Niemans, com uma longa experiência na investigação de homicídios, que se desloca de Paris até à remota localidade onde ocorreu o crime.
Entretanto outro cadáver é encontrado e Niemans cedo se apercebe que a origem dos crimes poderá estar relacionada com um terrível segredo que envolve a universidade. Paralelamente, numa localidade a alguns quilómetros de distância, o agente Max Kerkerian investiga a violação de um túmulo de uma rapariga. As pistas que Niemans e Kerkerian respectivamente encontram levam-nos um até o outro, indicando uma relação entre os casos investigados. Juntos envolvem-se num enredo perigoso de mentiras, segredos, crimes brutais e perseguições, procurando descobrir a mensagem implícita que o assassino deixa nas vítimas executadas com requintes de malvadez: corpo na posição fetal, sem mãos nem olhos.
“Uma mistura de Silêncio dos Inocentes e Se7en” é uma frase que encontrei num dos cartazes que pesquisei sobre este filme, também intitulado The Crimson Rivers nas versões inglesa e americana. Não sei até que ponto esta afirmação possa ou não ser exagerada. Talvez Os Crimes dos Rios de Púrpura tenha algumas semelhanças que remetam para os dois filmes de culto acima mencionados. O ambiente gélido, sanguinário, tenso, gerado cada vez que se descobrem pistas. A tentativa de entrar na mente do assassino em série. A caracterização bem feita dos cadáveres. A relação entre Niemans, o mais velho, experiente e prudente, e Kerkerian, o mais novo, impulsivo, que pensa que sabe tudo – algo clássico em filmes encabeçados por um par de agentes da polícia. São as semelhanças que encontro, no entanto em termos de qualidade Se7en e O Silêncio dos Inocentes são superiores, o que não quer dizer que este filme não seja bom, porque até proporciona bom entretenimento. O problema é que em algumas partes de Os Crimes dos Rios de Púrpura as coisas tornam-se um tanto previsíveis para o espectador, principalmente na última parte do filme.
O thriller não é um género muito explorado no cinema francês, o que constitui um ponto positivo para o filme em questão, no entanto a sua estrutura e o género em si assemelham-se demasiado aos filmes americanos, e aqui herdam-se as virtudes, mas também os defeitos. Com tantos thrillers policiais do género encontrar um que seja diferente dos outros é como procurar uma agulha num palheiro. O cinema que se faz na Europa devia experimentar outros géneros e aperfeiçoá-los (ou mesmo criar outros géneros), e não limitar-se a segui-los, para que não haja somente filmes característicos do cinema europeu que têm a sua espécie de filosofia para nos fazer pensar, mesmo quando não queremos.
® Isabel Fernandes
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