Sob o Signo de Capricórnio
Título Original: "Under Capricorn" (1949) Realização: Alfred Hitchcock Argumento: James Bridie, baseado no romance de Helen Simpson Actores: Ingrid Bergman – Henrietta Flusky Joseph Cotten – Sam Flusky Michael Wilding – Charles Adare Margaret Leighton - Milly |
Quando um realizador, como Alfred Hitchcock é tido como um mestre na área cinematográfica, isso não significa que todos os filmes que fez ao longo da sua vida sejam bons e irrepreensíveis. As opiniões variam, obviamente, mas há filmes em claramente sentimos a falta de certos elementos característicos do tipo de realização do mestre, o que pode acontecer por influência de argumentos fracos adaptados de livros talvez igualmente fracos. É um risco pegar num argumento assim para fazer um filme. Hitchcock arriscou em “Sob o Signo de Capricórnio”, mas acabou por perder, as receitas do filme não compensaram o elevado orçamento com que as filmagens foram feitas.
A história do filme é algo lamechas e pouco cativante. Sam Flusky é um ex-condenado por homicídio deportado para a Austrália, uma das colónias britânicas do século XIX, descoberta apenas sessenta antes pelo capitão Cook. Olhado de lado pela sociedade “em construção” de Sidney, Sam conseguiu arranjar fortuna e vive um casamento infeliz marcado pela diferença social com a deprimida Henrietta (ele era pobre quando a conheceu e ela era de família nobre), que se refugia no álcool.
Entretanto chega o novo governador, que se faz acompanhar do primo Charles Adare, confiante que havia de fazer fortuna e regressar à Irlanda. Ele e Sam conhecem-se num banco e daí em diante o recém-chegado começa a frequentar a mansão do ex-condenado quando descobre que a mulher dele era amiga da sua família. A proximidade que cria com Charles acaba por fazer Henrietta balançar os seus sentimentos por ele e pelo marido. E para ajudar a coisa, Milly, a governanta que manda em casa mais do que a patroa, sente-se atraída pelo patrão e fomenta intrigas entre ele e a esposa. E pronto. Não passa disto. É um filme de época pouco interessante.
A encantadora Ingrid Bergman brilha em todo o filme. Hitchcock confere-lhe uma boa parte de destaque numa das cenas mais longas do filme, na qual a câmara lhe segue todos os passos. O mestre usou algumas vezes em “Sob o Signo de Capricórnio o mesmo truque de filmar takes de dez minutos, técnica com que rodou em “A Corda” (1948) e que lhe valeu louvores do público e dos críticos. Seguiram-se altos e baixos na carreira do mestre, mas o seu génio sobrepôs-se a isso e é devido a esse facto que, mesmo após a sua morte, há quase trinta anos, continua a ter fãs.
® Isabel Fernandes
1 Comments:
Assino por baixo, isabel. É um belo filme mas está longe de ser das melhores coisas do Mestre Hitchcock. Beijocas
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