segunda-feira, maio 01, 2006

Mad Max – As Motos da Morte

Título Original:
"Mad Max" (1979)

Realização:
George Miller

Argumento:
George Miller, Byron Kennedy & James McCausland

Actores:
Mel Gibson - Mad Max Rockatansky
Hugh Keays-Byrne - Toecutter
Tim Burns - Johnny the Boy
Roger Ward - Fifi Macaffee


Num futuro distante, o deserto australiano vive dias de caos onde gangues de motociclistas disputam o poder e aterrorizam a população. No meio dessa guerra, um polícia que perde o seu parceiro percebe ter que se preparar para proteger não somente a sua família, mas também a si mesmo…

É esta a premissa de um dos clássicos de acção do cinema, um filme australiano de baixo orçamento e que catapultou Mel Gibson para a ribalta. George Miller apresenta um retrato futurista de uma Austrália deserta num ambiente pós-apocalíptico onde predominam estradas sem ninguém e onde a violência e o caos imperam.

Nessas estradas circulam os gangues de mota, responsáveis pela violência reinante, os quais se irão cruzar na vida de Max. Max, numa das interpretações por ventura mais poderosas de Mel Gibson, vai encetar a caça aos homens que despedaçaram a sua famíla. É bastante interessante verificar a mudança de registo interpretativo de Mel Gibson, de pacato homem de família antes da tragédia, para um homem literalmente cego de raiva e louco por justiça, após a tragédia.

Muito do sucesso do filme reside no trabalho de câmara de George Miller. O ritmo narrativo é lento quando é necessário e rápido e eficaz, principalmente nas cenas de perseguição a alta velocidade, apresentadas de forma extremamente cativante pelo cineasta. O uso de planos de câmara de grande angular dos cenários naturais ajuda também a perceber a pequenez e isolamento de Max, num mundo devastado pela guerra. Por outro lado os diversos close ups mostram claramente e de forma eficaz as expressões e os sentimentos tanto dos malfeitores como do próprio Max. Uma palavra também para o score musical, de grande intensidade dramática.

No fundo, Mad Max é apenas um filme de baixo orçamento que lida com a premissa da luta do bem contra o mal e da busca por vingança, depois de uma tragédia pessoal injusta e irracional. O que de facto eleva o filme acima da média é o excelente trabalho de realização que consegue criar um thriller intenso e sempre a alta velocidade.

Mad Max iniciou um franchise que se prolongou com Mad Max 2 – o guerreiro da estrada e Mad Max 3 – Além da Cúpula do Trovão. È curioso verificar que a sequela Mad Max, o Guerreiro da Estrada, é em tudo superior ao seu predecessor o que fomentou ainda mais interesse por Mad Max. Já a última parte da trilogia, com Tina Turner (!) ao lado de Mel Gibson é considerada uma desilusão. Vale sobretudo a pena ver os dois primeiros capítulos, sentado confortavelmente no sofá e deixando-se guiar pelo guerreiro da estrada…



® Sérgio Lopes