terça-feira, outubro 25, 2005

Danny the Dog – Força Destruidora

Título Original:
"Danny the Dog" (2005)

Realização:
Louis Leterrier

Argumento:
Luc Besson

Actores:
Jet Li - Danny
Morgan Freeman - Sam
Bob Hoskins - Bart
Kerry Condon - Victoria


Os valores que nos formam enquanto pessoas costumam ser aprendidos desde tenra idade. Neste filme escrito pelo cineasta francês Luc Besson somos guiados pela história de um rapaz tratado toda a sua vida como um “cão” de luta, sem valores nem educação. Sempre “programado” para obedecer e lutar até à morte. Mas a bondade também existe onde menos se espera. Acção e emoção num filme que vale a pena.

Esta é uma história aliciante não só pela acção que tem, não em demasia, mas também por ser uma história de esperança, de sentimentos que cativam e emoção. Os ingredientes habituais no cineasta Luc Besson, que apenas escreveu o argumento estão todos lá. Tal como em Leon - o Profissional não deixa de haver violência mas por entre a aparente brutalidade surge uma história comovente e agradável que aqui tem o talento especial de Morgan Freeman e Bob Hoskins.

O filme, realizado pelo “discípulo” de Besson, Louis Leterrier, conta-nos a história de Danny (Jet Li), um jovem de origem oriental cujo único ensinamento que teve ao longo da vida foi causar a dor aos outros. Danny é “utilizado” para lutas até à morte e é tratado como um autêntico escravo, ou cão, pelo seu “dono” Bart – que utiliza mesmo uma coleira na sua “propriedade”. Bob Hoskins encarna esta personagem cruel e intransigente com um realismo impecável, transmitindo uma sensação clara de medo deste “criador” de humanos para luta. Bart (Hoskins) leva o seu prodígio da luta a clubes ilegais por toda a América onde ganha fortunas. O jovem Danny sempre viveu toda a sua vida numa cave, sem qualquer contacto com o mundo exterior sempre na expectativa pela próxima luta – onde ele é mortífero, visto ter sido a única coisa que lhe ensinaram desde pequeno. Mas apesar de ser uma máquina assassina a sua personalidade é equivalente à de uma pequena criança, sempre muito curioso e com desejo de aprender o que lhe foi sempre recusado.

A história do filme e das personagens muda repentinamente quando na sequência de um acidente de automóvel, Bart acaba por ficar em coma e Danny foge. Naquela que é uma descoberta de um mundo novo o jovem “virgem” da sociedade e de todos os aspectos que damos por adquiridos conhece Sam (Morgan Freeman), um cego afinador de pianos, tão bondoso quanto interessado. Esta é a segunda parte do filme em que acompanhamos um jovem que apenas tinha conhecido luta a ser guiado a um outro lado da vida que desconhecia pelo calmo e ponderado Sam. Morgan Freeman é adequado ao papel com o seu estilo de voz e actuar que é tão pacífico quanto interessante e educativo. Sam descobre em Danny e Danny descobre em si próprio a bondade e sentimentos positivos naturais que foram durante tanto tempo reprimidos. Mas Danny vai ter de voltar a lutar desta vez para não perder a sua nova “família”, as suas novas descobertas e a sua liberdade. O argumento é apelativo e resulta bem aliado a um elenco apetecível e uma realização interessante de Louis Leterrier.

Os Massive Attack fazem a banda sonora para o filme. E a escolha não poderia ser mais adequada. Com uma história onde a acção, violência e velocidade são o princípio para os sentimentos, emoção e bondade, a música agressiva mas com sentimento dos Massive Attack encaixa muito bem em várias cenas do filme. A tonalidade mexida e cativante do “trip-hop” da banda inglesa nunca nos distrai da história mas potencia-a e completa-a. É um casamento perfeito naquela que é a primeira vez que os Massive Attack participam numa banda sonora de um filme. A banda de Bristol escreveu e gravou de propósito para o filme a pedido de Luc Besson.

® João Tomé

1 Comments:

At 11:55 da tarde, Anonymous Anónimo said...

é um filme que não brilha mas é bastante razoável, excelente para passar o tempo... Também gostei da participação dos Massive Attack!

 

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