quarta-feira, maio 09, 2007

Brick

Título Original:
"Brick" (2005)

Realização:
Rian Johnson

Argumento:
Rian Johnson

Actores:
Joseph Gordon-Levitt - Brendan
Nora Zehetner - Laura
Lukas Haas - The Pin
Noah Fleiss - Tugger


Brick, estreia de Rian Johnson na realização, chegou a salas nacionais após uma entusiástica recepção internacional, com destaque para o Grande Prémio do Júri para Visão Original no Festival de Sundance, em 2005. Os elogios chegaram ao ponto de comparar o filme a outras primeiras-obras auspiciosas de círculos indie, como Donnie Darko, de Richard Kelly, mas se Brick contém alguns méritos que justificam a sua descoberta nunca chega, contudo, a aproximar-se da genialidade ou sequer de um nível de inspiração muito acima da média.

A proposta, apresentar uma história com claras alusões ao film noir mas inesperadamente ambientada no universo estudantil de um liceu, é criativa e aliciante, e embora Johnson consiga desenvolvê-la com algum engenho a execução acaba por ficar aquém das potencialidades da premissa.

Seguindo a investigação do protagonista, que procura descobrir os responsáveis pela morte da ex-namorada, o filme mantém certas coordenadas do policial negro, aqui abordadas de forma suficientemente refrescante. Não falta uma sisuda, perspicaz e solitária personagem principal, obstinada em resolver um mistério sinistro, nem as enigmáticas femmes fatales que vão surgindo no seu caminho, assim como outras figuras de moral ambígua e presença desconfortante.

A envolvente realização de Johnson, por vezes próxima da de Chris Nolan, é eficaz na edificação de uma soturna atmosfera urbana, os diálogos são certeiros e temperados com doses suficientes de humor negro e o elenco, todo ele jovem, está à altura das necessidades do projecto, em particular o protagonista Joseph Gordon-Levitt, que não poderia estar mais longe do imberbe papel através do qual se celebrizou na série Terceiro Calhau a Contar do Sol.

O que falha, então, neste ambicioso exercício de estilo? Sobretudo o argumento, que ao querer ser tão complexo e intrigante torna-se excessivamente clínico e cerebral, e se nunca deixa de ser curioso de seguir leva-se demasiado a sério e não é capaz de gerar a carga dramática que se esperaria. Com a eventual excepção da personagem de Gordon-Levitt, todas as outras ficam reféns de uma vertente meramente funcional, sendo pouco mais do que peças de um jogo inteligente q.b., mas distante do brilhantismo.

® Gonçalo Sá

2 Comments:

At 6:43 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Filme fabuloso. Nota máxima. New Noir não é só Sin City ;)

 
At 8:44 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Pois não, mas achei-o mais inventivo e consistente do que este.

 

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