X-Men 2

Título Original: "X-Men 2" (2003) Realização: Bryan Singer Argumento: Zak Penn, David Hayter, Bryan Singer, Michael Dougherty & Dan Harris Actores: Patrick Stewart - Professor Charles Xavier Hugh Jackman - Logan/Wolverine Ian McKellen - Eric Lensherr/Magneto Halle Berry - Storm/Ororo Munroe

Quando no já longínquo ano de 2000 saiu X-Men para as salas de cinema, as adaptações de B.D. para cinema continuavam a ter por norma uma qualidade duvidosa, ao ponto de raramente serem experimentadas. Com a excepção de Superman e Batman (os dois primeiros de cada pelo menos) os exemplos de sucesso eram de facto escassos. Bryan Singer iniciou um novo ciclo com X-Men que não só foi um grande sucesso de bilheteira como conseguiu reunir o consenso entre espectadores, críticos e amantes da B.D. original. Em 2003 saiu a aguardada sequela e, para espanto de muitos (incluindo a minha pessoa), não deslustrou de forma alguma o seu antecessor conseguindo, em alguns pontos, superá-lo.

O filme começa com a personagem de Hugh Jackman (Logan/Wolverine) à procura das suas raízes de forma a lembrar-se do seu passado que continua oculto na sua mente. Entretanto uma estranha personagem (Nightcrawler) tenta assassinar o presidente dos Estados Unidos da América e uma guerra contra os mutantes de todo o mundo é inciada com William Styker a chefiá-la. Quando o quartel dos X-Men é invadido começa a questionar-se se o assassinato ao presidente não terá sido planeado para dar azo a esta guerra aos mutantes. Quando Nighcrawler é apanhado e explica o que aconteceu ninguém tem dúvidas de que tudo não passa de um elaborado esquema com o intuito de eliminar todos os mutantes da face do planeta...

A primeira coisa a salientar em X2, tal como já tinha ocorrido anteriormente em X-Men, é a sua fidelidade à fonte de inspiração, a B.D. original. Passando pelas personagens, o seu desenvolvimento ao longo da história, os cenários, tudo no filme faz lembrar e encontra-se muito próximo da sua fonte original. Brian Synger, um fervoroso fã de X-Men, mostrou ser de facto um realizador competente e inteligente na forma como adoptou ao grande ecrã estes heróis. As personagens estão muito bem desenvolvidas e são bem interpretadas (com as óbvias limitações deste género de papel), a história consegue apresentar algo de novo e, simultaneamente, segue o fio condutor do filme anterior. Os efeitos especiais raiam um grande nível e, ao invés do que tantas vezes ocorre em que são a principal estrela de uma obra que pouco tem a apresentar, limitam-se a complementar a história que é contada (o que é sempre digno de enaltecer).

A sequela, X-Men: The Last Stand que deve chegar já este ano, não conta com Brian Synger na realização nem tão pouco na escrita da história. Se tal representa boas ou más notícias é difícil de antever mas, para bem do que até agora ocorreu, esperemos que o filme mantenha o grande nível que até agora os seus predecessores tiveram. Por outro lado a boa notícia é que Synger está a realizar o próximo Superman Returns e tal, espero, representa à partida sinal de que vamos ter mais uma boa adaptação de B.D. nos ecrãs de cinema (pelo menos se atingir os níveis de X-Men e X2).

Concluindo, X2 é um filme agradável e muito conseguido tanto para fãs de bons filmes de acção como para os fãs da B.D. original. Não se podendo pedir muito mais dentro do género em que este filme se insere, a obra aqui comentada consegue assim ser uma das melhores adaptações cinematográficas de heróis da B.D. servindo de exemplo a obras menos conseguidas. As nove estrelas assim dadas, embora representem no fundo oito e meia, são mais que merecidas por um filme sem grandes defeitos a apontar.

Bons filmes e até para a semana...

® Bruno Sá