domingo, dezembro 18, 2005

Collateral

Título Original:
"Collateral" (2004)

Realização:
Michael Mann

Argumento:
Stuart Beattie

Actores:
Tom Cruise - Vincent
Jamie Foxx - Max
Jada Pinkett Smith - Annie
Mark Ruffalo - Fanning


Michael Mann traz aos cinemas mais um filme, Collateral, onde um sociopata obstinado tem de matar 5 pessoas numa só noite, e fará tudo para o conseguir. O vilão Cruise no seu melhor, e Mann perito em condensar o tempo.

Tom Cruise tem a genica, o perfil, a elegância e a dedicação no olhar adequados ao papel de Vincent, um homem quase anti-social que se guia por valores filosóficos e altruístas apesar de ser um assassino perfeccionista e com um sangue frio admirável.
Correm rumores de que Michael Mann (O Informador, Heat - Cidade sob Pressão) e Cruise se entenderam muito bem durante as filmagens de Collateral, graças a essa mesma dedicação do eterno galã das adolescentes - que aqui, contudo, deixa esse estigma bem para trás. É que, na película em questão, a sua imagem de marca são os cabelos brancos, a barba por fazer e o fato clássico cinza, que ainda assim lhe permitem mostrar a mesma agilidade física de sempre nalgumas perseguições de cortar a respiração à Missão Impossível. Ele que faz, pela segunda vez, um vilão (o primeiro pseudo-mau da fita havia sido Lestat, de Entrevista com o Vampiro), tem a seu cargo neste caso um personagem muito peculiar, já que acerca de Vincent não se consegue formular um juízo de valor nem sequer se chega a saber nada: se é, conforme dita o cliché nestes casos, um menino traumatizado pelos pais ou saído de um reformatório onde fora violado – questão que é convenientemente abordada no guião, mais em jeito de troça, mas que acaba por permanecer incógnita. Esse é, aliás, um dos trunfos desta história, por se tentar centrar o espectador apenas nos acontecimentos de uma noite e na narrativa, deixando o resto para o realizador.

Vincent é um assassino profissional e infalível contratado por um poderoso cartel de narcotráfico. Este, que será brevemente indiciado para ir a tribunal, pretende, antes disso, liquidar todas as testemunhas de acusação – entre elas, a advogada interpretada por Jada Pinkett Smith. Esta personagem dará corpo, juntamente com o assassino profissional (Cruise) e o taxista Max (Jamie Foxx), ao triângulo mais interessante deste filme, por, a certa altura, as vidas dos três se cruzarem surpreendentemente. Max, porque é o taxista cuja carreira de doze anos chega subitamente a um momento marcante – quando Vincent entra no seu táxi e o faz seu refém e seu condutor, sem hipótese possível de escape, levando-o a um labirinto de convicções e a acontecimentos que marcarão a sua vida para sempre. Pelo meio, importa seguir com atenção as conversas entre os dois e o desenvolvimento de uma estranha relação, em que o peculiar assassino, que também “salva” o seu refém por variadas vezes, se revela, sem qualquer dúvida, o ponto de interesse fulcral deste thriller onde o suspense e a acção se combinam na noite de todos os medos e onde até coiotes se passeiam pelas ruas desertas de Los Angeles – a cidade nocturna testemunha de vários crimes e lugar de juízos finais.

Um detalhe: atenção à banda sonora, com boas combinações de Van Gelis e Audioslave, entre outros.

® Andreia Monteiro

2 Comments:

At 4:57 da tarde, Anonymous Anónimo said...

ora aqui está um filme que gostei bastante, apesar de funcionar sobre alguns clichés, tem uma realização e uma prestação dos actores muito boa...

 
At 6:15 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Também gostei...dava-lhe 8/10 :).

Beijo

 

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