domingo, agosto 21, 2005

The Ring - O Aviso

Título Original:
"The Ring" (2002)

Realização:
Gore Verbinski

Argumento:
Ehren Kruger

Actores:
Naomi Watts - Rachel
Martin Henderson - Noah
Brian Cox - Richard Morgan
David Dorfman - Aidan

Um filme não nos deixa indiferente, ainda que possamos não ficar com uma boa impressão após o seu visionamento. Pela positiva ou pela negativa os filmes captam a nossa atenção, influenciam-nos, transmitem-nos determinadas ideias e sentimentos. Existem filmes que procuram directa ou indirectamente provocar-nos determinada reacção como o riso, o choro e o medo. É difícil fazer um filme que provoque qualquer uma destas reacções. É bastante difícil provocar o medo ou o terror através de um filme, pois tem de envolver todo um rol de situações inesperadas e originais num argumento que contenha uma história credível com personagens e situações marcantes. Resumindo: ser capaz de fazer algo que efectivamente ainda não tenha sido feito, pegar nos vários aspectos positivos de outros filmes de terror e superá-los, não imitá-los.


The Ring – O Aviso (embora fosse mais correcto O Anel) retrata um dos muitos mitos urbanos da sociedade actual, neste caso da americana, pois cada país tem os seus mitos urbanos. Acho que todos já devem ter ouvido uma história que passa de pessoa para pessoa (é impossível saber quem contou primeiro) sobre determinado assunto que teria acontecido sob estranhas circunstâncias. Pois bem este filme pega num mito que se torna realidade. A história começa quando uma jovem morre depois de ter visto uma misteriosa cassete de vídeo. Rachel, a sua tia, é uma jornalista que resolve investigar as circunstâncias por detrás da morte da sobrinha e descobre que três amigos da jovem morreram exactamente no mesmo dia e à mesma hora que ela, exactamente uma semana após o terem visto a cassete. Ao visitar o sítio onde a sobrinha teria passado o fim-de-semana anterior com os amigos, obtém a misteriosa cassete e, cheia de curiosidade, vê-a de fio a pavio. Rachel fica impressionada com as bizarras imagens, inesperadamente o telefone toca logo de seguida e uma voz sombria dá-lhe um terrível aviso: «Sete dias». É o tempo de vida que lhe resta. Resolve aproveitar esse tempo para prosseguir a investigação e procura Noah, que a ajuda a analisar as imagens da cassete e tentar descobrir a sua origem. Aterrorizada, Rachel acredita cada vez mais que o mito começa a tornar-se realidade.


Gore Verbinski (A Mexicana, Piratas das Caraíbas) fez a versão americana do filme de culto japonês Ringu realizado em 1998 por Hideo Nakata, adaptado da série de romances de Kôji Suzuki – considerado o «Stephen King nipónico». Curiosamente está em exibição nas salas de cinema portuguesas Dark Water - Águas Passadas, a versão americana de Walter Salles do filme Honogurai mizu no soko Kara de Hideo Nakata, mais uma vez baseado numa obra de Kôji Suzuki. Tudo isto para dizer que o oculto, o sobrenatural, o além continua a reinar nas películas hollywoodescas. O que parece reinar também é a falta de originalidade, a capacidade de superar ou pelo menos melhorar os aspectos mais marcantes de um filme a partir dos que já foram feitos, que mencionei no início deste comentário. Continuam-nos a chegar cada vez mais filmes americanos adaptados de filmes japoneses, como por exemplo: The Grudge – A Maldição, e mesmo os filmes não adaptados não nos oferecem nada de novo e realmente assustador. Vi todos os filmes que mencionei e nenhum deles me assustou verdadeiramente, talvez seja melhor procurar os originais japoneses e ver se o terror oriental é mais "eficaz". Ainda que The Ring - O Aviso tenha tido bons resultados de bilheteira - porque de facto não é mau de todo, especialmente a interpretação de Naomi Watts - ao ponto de ter uma sequela já estreada este ano, será que o género de terror já foi suficientemente explorado ou tem mais para nos oferecer?

® Isabel Fernandes

1 Comments:

At 5:48 da tarde, Blogger Gustavo H.R. said...

Conferi apenas a versão japonesa original, portanto não sei se discordo ou concordo.
É consensual que a americana não é mesmo tão eficaz.

 

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