domingo, setembro 25, 2005

Red Eye

Título Original:
"Red Eye" (2005)

Realização:
Wes Craven

Argumento:
Carl Ellsworth

Actores:
Rachel McAdams - Lisa Reisert
Cillian Murphy - Jackson Rippner
Brian Cox - Pai



Com Pesadelo em Elm Street (1984) imortalizou Freddy Krueger – uma das mais assustadoras figuras dos filmes de terror. Com Gritos (2000) terminou a trilogia com o mesmo nome e que tanto o celebrizou, tendo influenciado o formato teen slasher – os típicos adolescentes em situações assustadoras – nos restantes filmes. Finalmente em 2005 chega-nos Red Eye - um thriller que joga mais com o suspense e menos com o medo, contrariamente à trilogia Gritos. É como se fosse uma espécie de “terror inteligente”, sem aquelas típicas cenas de raparigas histéricas com um assassino medonho a correr atrás delas, quase adivinhamos qual será a cena seguinte ou o desfecho. Julgo que isso aconteceu provavelmente demasiadas vezes na trilogia em Gritos, e fez com que o terror fosse exposto ao ridículo, não sei se essa era a intenção do realizador. Deixo a questão a quem tenha visto os filmes com mais atenção que eu e tenha gostado.

Mesmo tendo algum medo de andar de avião, após o funeral da avó Lisa Reisert tem de apanhar último voo da noite (o chamado red eye flight) e regressar a Miami para no dia seguinte trabalhar no hotel onde é gerente. O voo acaba por atrasar-se, alguns passageiros ficam impacientes e é nessas circunstâncias que conhece um simpático e encantador homem com um nome curioso e irónico: Jackson Rippner – um claro trocadilho para o famoso serial-killer: Jack, the Ripper (Jack, O Estripador). Imediatamente atraída pelo cavalheirismo de Jackson, Lisa não se apercebe que aquele encontro era tudo menos casual. Momentos após a descolagem do avião o seu companheiro de viagem revela a sua verdadeira face e obriga-a a envolver-se num conluio para assassinar o Secretário-geral da Segurança Interna, que ficaria hospedado no hotel onde Lisa trabalha. Se Lisa se recusar a colaborar ou alertar qualquer um dos passageiros ou hospedeiras, bastará um telefonema de Jackson para o cúmplice e o seu pai morrerá…

Cillian Murphy – que vimos recentemente como O Espantalho (Scarecrow) em Batman, O Início, volta a desempenhar o papel de vilão, mas desta vez com maior destaque e de forma mais sombria e intensa transmitida através dos seus olhos azuis-claros e invulgarmente hipnotizantes. Rachel McAdams (O Diário da Nossa Paixão, Os Fura-Casamentos) é o paradigma da mulher bela que espelha a bondade em quem a rodeia e é bem sucedida no trabalho. Com boas interpretações e o encadear de situações numa atmosfera de claustrofobia (grande parte da acção desenrola-se dentro dum avião a 30.000 pés de altitude), Red Eye é um filme a ser visto, embora para alguns possa ficar a ideia de que é um filme um pouco parado. Resta saber se os lucros e as críticas deste filme corresponderão às expectativas de Wes Craven a pontos de garantir uma sequela. Ultimamente parece que há uma crise instalada nas salas de cinema não só portuguesas como norte-americanas, e com poucos espectadores talvez até os filmes realmente bons passem despercebidos…

® Isabel Fernandes

1 Comments:

At 11:29 da manhã, Blogger Francisco Mendes said...

O filme promete imenso com uma parte inicial meticulosamente tensa, mas acaba por descambar numa resolução simplista e óbvia. É daqueles filmes que depois de terminar e termos tempo para respirar, nos apercebemos do quão estúpida é a história. É pena... pois Craven até a fez resultar durante algum tempo.

 

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