domingo, janeiro 13, 2008

Eu Sou a Lenda

Título Original:
"I Am Legend" (2007)

Realização:
Francis Lawrence

Argumento:
Mark Protosevich & Akiva Goldsman

Actores:
Will Smith - Robert Neville
Alice Braga - Anna
Salli Richardson - Zoe
Willow Smith - Marley


«Chamo-me Robert Neville. Sou um sobrevivente que mora em Nova Iorque. Se estiver gente por aí... seja quem for. Por favor. Não estão sozinhos.» - este apelo é transmitido diariamente via rádio pelo único homem ainda vivo no planeta Terra. Estamos em 2011 na vazia cidade de Nova Iorque, com vegetação a crescer entre carros a apodrecer na decadente Times Square.

Três anos antes, experiências científicas em humanos que supostamente curariam o cancro, acabaram por desenvolver um vírus que praticamente extinguiu a vida humana, digo praticamente porque inexplicavelmente Neville, um brilhante cientista, continua vivo e tem por única companhia a sua cadela. Mas não está sozinho. É vigiado por pessoas infectadas que se transformaram em sanguinários mutantes, escondidos nas sombras à espera de um deslize.

Em termos de representação Will Smith está no seu melhor, sobretudo na primeira parte do filme que parece um monólogo. Está mais maduro. Consegue transmitir a frustração e a solidão da personagem, dos dias que passa sem contactar com os seus semelhantes, das tarefas que ele próprio se incumbe de fazer para manter a sua sanidade mental. E se fosse um de nós no lugar de Neville? O filme responde a essa pergunta. Provavelmente tentaríamos fazer o que ele faz, excepto as arriscadas patrulhas pela cidade.

Em “Eu sou a Lenda” parece que temos dois tipos de filmes dentro de um só. A segunda parte é notoriamente mais activa. Vemos cenas com acção e algum suspense, em que Neville testa os seus limites em confronto com os mutantes. Quanto a estes, estão feios como deve ser, mas podiam estar muito melhores, nem sempre o recurso a programas de computador tapa as falhas e resolve as coisas. Parecem zombies de outros filmes que só gritam e nem meter medo conseguem.

A nível de cenários o filme está bem, foram tidos em conta vários pormenores indispensáveis para fazer Nova Iorque parecer realmente uma cidade fantasma, como já referi, a vegetação à volta dos prédios, das filas de carro vazias. Há mais campo que cidade.

Enfim, é um filme que se gosta ou não gosta, tendo em conta se se gosta de um filme a dois ritmos, um blockbuster diferente, mas razoavelmente bom, ainda que fiquemos com a sensação de que falta mais qualquer coisa. O que lhe causa maior estrago é mesmo o final decepcionante.

O que importa realçar é que é importante e é uma mostra de boa educação respeitar as diversas e diferentes opiniões sobre este filme e que a atribuição de estrelas não parece, mas não tem tanta importância como algumas pessoas dizem.

® Isabel Fernandes