Ray
![]() | Título Original: "Ray" (2004) Realização: Taylor Hackford Argumento: Taylor Hackford & James L. White Actores: Jamie Foxx - Ray Charles Kerry Washington - Della Bea Robinson Regina King - Margie Hendricks Clifton Powell - Jeff Brown ![]() |
Uma história que merece ser contada. A extraordinária e diversificada vida do cantor cego, Ray Charles – que morreu em Junho de 2004
Por entre cada vida existem várias histórias que merecem ser contadas, umas são mais ricas do que outras. Ray é mais um excelente biópico – uma espécie de biografia no cinema cada vez mais explorada e utilizada –, depois d´O Aviador que estreou um pouco antes de Ray. Este é também, tal como O Aviador, um dos filmes mais reconhecidos nos Globos de Ouro, nos prémios do sindicato de Actores e nos Óscares, onde se incluem sete nomeações, incluindo melhor filme, actor e realizador.
E não é por acaso que a vida de Ray Charles representada no cinema é motivo de tantos elogios. O realizador Taylor Hackford, em conjunto com o argumentista Jack L. White, oferece-nos uma perspectiva psicologicamente sentimental, típica de um drama/musical. Partimos a partir do momento em que o lendário cantor dos blues perdeu a sua vista, quando era criança, até ao culminar da sua carreira há 50 anos atrás.
Este é um retrato potente deste génio negro, também graças ao excelente desempenho de Jamie Foxx e à própria música de Ray Charles que dá "alma" ao filme. Hackford (realizador do Advogado do Diabo e Oficial e Cavalheiro) passou os últimos 15 anos a trabalhar nesta história com o cantor – falecido em Junho do ano passado. A parceria faz com que seja minuciosa a descrição que espelha os problemas como o racismo, a dependência das drogas, as relações falhadas e as suas ideias para mudar a cena musical ao combinar a música soul com o gospel.
Testemunhamos, através de uma série de cenas bem executadas, a evolução de Ray, desde um estilo semelhante ao de Nat King Cole, até ao inovador do R&B, pelo qual se tornou primeiro criticado, depois reconhecido. Trata-se de uma perspectiva sobre a vida de Ray, em que a música está no centro do drama, encontrando-se várias descrições sobre as inovações e métodos de trabalho do seu génio musical.
Um dos aspectos mais positivos do filme é não fazer sempre de Ray Charles um herói, bem pelo contrário. Houve fases da vida deste génio musical cego, em que ele foi egoísta e mesmo cruel, cometendo erros que afectaram todos à sua volt.a Essa parte não é escondida e parece que o filme ganha mais com isso, já que os biópicos não devem ser, necessariamente, os melhores momentos da vida das pessoas. Embora os norte-americanos sintam um proximidade óbvia com a história do filme - daí terem-lhe dado tanta preponderância - a história parece ser forte o suficiente para fazer desta uma boa película, mesmo para quem não se sente tão próximo do músico Ray Charles.
«Hit the Road Jack» é uma das mais conhecidas canções do cantor e é o símbolo de coragem, determinação e espírito de sacrifício que invadiu a vida do lendário cantor, parece ser também um dos motes da sua vida e uma das lições do filme. Hit the Road Ray.
® João Tomé
3 Comments:
É um bom filme, de facto, maa não mais do que isso. Como filme, parece mais documental, perdendo-se um pouco, na minha opinião. Vale sobretudo, pela fabulosa interpretação de Jamie Foxx. Este ano, o óscar foi mesmo bem entregue e inteiramente merecido...
Cumprimentos,
Sérgio Lopes.
Um filme muito bom, dos mais sólidos biopics que se tem feito, tendo como adjuvante uma banda sonora deliciosa.
Jamie Foxx está excelente! Foi um óscar merecido o seu...
Este passou-me ao lado :|, mas ainda tenho que ver!
Abraço
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