Kiss me
Título Original: "Kiss me" (2004) Realização: António da Cunha Telles Argumento: António Cunha Telles, Vicente Alves do Ó, Possidónio Cachapa & Rita Benis Actores: Marisa Cruz - Laura Nicolau Breyner - Fernando Almeida Manuel Wiborg - Rodrigo Rui Unas - Artur |
Marilyn Monroe era uma mulher de cabelos brilhantes como o ouro, rosto belo, lábios sensuais e voz delicada como um suspiro que produzia uma espécie de encantamento sobre quem a rodeava e quem a via nos filmes. Como diz a canção do cantor Elton John, a diva do cinema norte-americano viveu como «uma vela ao vento». Há mais de quarenta anos que a chama se apagou, porém o encantamento e a lenda permanecem.
Neste filme do realizador português António da Cunha Telles (Pandora 1996), Marilyn é a musa de Laura, a personagem principal, e a acção começa em 1954, o ano em que nevou em pleno Alentejo. Usando o bonito vestido de noiva da mãe, Laura acaricia a sua proeminente barriga de grávida enquanto Jacinto (José Afonso Pimentel), o irmão, toca acordeão. Uma relação fugaz com António (Marcantónio Del Carlo) resultou na gravidez de Laura e num casamento forçado para evitar os comentários mesquinhos típicos dos meios mais pequenos. Maltratada e violentada pelo marido, Laura é obrigada a deixar o filho e a fugir para o Algarve, numa viagem onde conhece a simpática Clarinda (Susana Mendes) de que se torna amiga. A noite já tinha caído quando ambas chegam à encantadora cidade de Tavira, e Laura procura a sua tia Marta (Clara Pinto Correia), conhecida como “viúva-alegre”, para lhe pedir guarida. Tendo vivido nos E.U.A., Marta tem um espírito independente e moderno e uma sofisticação que Laura admira por serem tão atípicos nas mulheres portuguesas.
Um dia, quando a tia lhe mostra as suas revistas, a jovem fica encantada ao ver Marilyn na capa da Time e depois no cinema de Tavira como Rose em Niagara – de Henry Hataway. Este é o começo de um fascínio que a cada dia que passa aumenta e torna Laura cada vez mais determinada em ser como Marilyn. E é através dessa transformação, que Luara começa a ser invejada pelas mulheres da terra, e desperta o afecto e a paixão de três homens: o sedutor contrabandista Rodrigo, Fernando Almeida (o dono da alfaiataria onde trabalha com Clarinda) e o tímido e desajeitado professor Artur ...
Contando com um bom elenco, Kiss me tem ingredientes como drama, humor e sedução que servem os gostos de todos os tipos de público. Com esta obra António da Cunha Telles mostra a sua assumida homenagem a grandes filmes do cinema clássico americano e europeu e aos seus respectivos realizadores: Marnie – Alfred Hitchcock; The Seven Year Itch – Billy Wilder; Pandora – Albert Lewin; Le Mepris – Jean-Luc Godard; Gilda – Charles Vidor; The Mistifis – John Huston; L’Atalante – Jean Vigo; L’Amore – Roberto Rosselini e Niagara – Henry Hataway.
A televisão e o cinema apresentam-se por vezes como uma espécie de escola paralela, e assim como aprendemos a ler e a escrever na escola primária, desde cedo também aprendemos a “consumir” filmes americanos que os canais de televisão portugueses às vezes não se cansam de repetir. De entre tantas coisas más pelo menos alguns bons filmes desse país ajudam-nos a sonhar. No entanto o importante a salientar aqui é que não somos habituados a valorizar o que se faz em Portugal em termos de cinema. E mesmo que haja alguém que faça despertar o nosso interesse para o “made in Portugal”, os filmes americanos têm autênticos mecanismos consolidados e eficazes de publicidade e marketing. A tendência geral é a de desvalorizar sem se conhecer do que se fala.
Só vendo realmente os filmes portugueses é que podemos tecer críticas boas ou más sobre eles, fazer sugestões para melhorar e deste modo contribuir pouco a pouco para o idílico regresso dos anos dourados do cinema português.
® Isabel Fernandes
4 Comments:
Eis um filme que me surpreendeu pela positiva.
No geral está bastante bem, sobretudo a vertente de homenagem a alguns clássicos do cinema!
Ora aí está um filme que gostaria bastante de ver e não vi!
Ouvi dizer que a Marisa Cruz se saiu bem... temos Marylin portuguesa?
Ok ok, a exagerar, mas pronto. Só é pena ela ter perdido tempo com o João Pinto e agora ser dificil regressar ao cinema.
Uma personagem como ela traz vitalidade ao cinema português - não é por acaso que foi candidata ao prémio europeu, Shooting Stars.
Um voto de esperança especial para o rapazinho que faz de filho de Marisa, que mostra indícios de se tornar num grande actor. Chama-se João Albino e é pouco focado no filme, mas desempenha muito bem o seu papel que é, no fundo, o nais importante pois é a alma daquela história.
Paulo Brito
Alguem tem o video ou fotos da Susana Mendes no filme??
Se sim respondam e enviem para susanamendesoficial@hotmail.com
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