domingo, outubro 30, 2005

Romeu & Julieta

Título Original:
"Romeo & Juliet" (1996)

Realização:
Baz Luhrmann

Argumento:
Craig Pearce, adaptado da peça de William Shakespeare

Actores:
Leonardo DiCaprio – Romeu
Claire Danes – Julieta
John Leguizamo – Tebaldo
Paul Sorvino – Fulgencio Capuleto
Brian Dennehy – Ted Monteccio


«Na bela Verona, onde se vai passar este drama, duas famílias, iguais em nobreza, impulsionadas por antigos rancores, fazem com que entre si se desencadeiem novas discórdias(…)Das entranhas fatais destas duas famílias inimigas, e sob funesta estrela nascem dois amantes(…)». Assim começa a famosa peça do escritor inglês William Shakespeare (1564-1616) e assim começa o filme do realizador australiano Baz Luhrmann, o segundo da trilogia Cortina Vermelha iniciada com Strictly BallroomVem Dançar (1992) e terminou com Moulin Rouge (2001).


O filme de Luhrmann não é apenas mais uma adaptação d’ «A maior história de amor que o mundo já conheceu». O realizador “ousou” transpor a história e as personagens da peça original (século XVI) para o século XX, anos 90, mantendo os diálogos shakespearianos, mas introduzindo também elementos novos sem os quais o filme pecaria por monotonia. Assim, a «bela Verona» italiana passa a ser Verona Beach – futurista e caótica como qualquer cidade americana, onde se destacam os imponentes edifícios dos empresários Monteccio e Capuleto – as duas famílias rivais entre as quais oscila o poderio da cidade.


Romeu é um jovem boémio que se faz sempre acompanhar por uma espécie de gang encabeçado pelo seu primo Benvólio (Dash Mihok) – cujo duelo com Tebaldo (o vingativo primo de Julieta) é aqui retratado segundo os “parâmetros” actuais, ou seja: acompanhado pelos jornalistas de televisão) e por Mercúcio (Harold Perineau Jr) – o seu melhor amigo. Os cavalos são substituídos por automóveis sempre a acelerar e o som das espadas que se cruzavam é agora o barulho das balas disparadas por revólveres que se adquirem facilmente. Ainda suspirando por Rosalinda, é graças a Mercúcio que Romeu consegue os convites para o baile dos Capuleto, os inimigos mortais dos Monteccio. Após tomar um “comprimido mágico” para ganhar coragem, Romeu deixa que o enérgico Mercúcio (transformado em drag queen) o conduza para o ritmo alucinante da festa. É aí que conhece uma bela jovem (fica na memória a cena em que os olhares curiosos de ambos se cruzam no aquário) e se apaixona por ela, sem saber que se trata da filha do maior inimigo do seu pai. Ainda que os pais lhe imponham o noivo Paris (Paul Rudd) – que simboliza o jovem belo, educado e rico, Julieta consegue escapar-se com Romeu e a alegria de encontrar o amor toma conta de si, até que a sua fiel e prudente ama (Miriam Margolyes) lhe revela a terrível verdade sobre a identidade do seu apaixonado… «O meu único amor nasceu do meu único ódio!» – exclama a infeliz Julieta. Apesar do ódio que separa as suas famílias, o amor imortal une Romeu e Julieta, que se encontram às escondidas com a cumplicidade da ama e de Frei Lourenço (Pete Postlethwaite). Mas o destino cruel faz antever um desenlace trágico para os dois jovens amantes…


Ao ver o filme desde logo nos damos conta do frenético “ritmo MTV” em que a história se desenrola, incluindo os elementos visuais e sonoros dos videoclips. Os cenários e os adereços extravagantes das personagens envolvem-nos no rodopio que é a sociedade actual e a vida dos jovens, mudam-se os elementos visuais/cénicos (ainda que alguns nos remetam para o tempo da peça original), porém mantém-se a mesma história de amor, que se revela intemporal. É de destacar a excelente banda sonora que inclui entre outros Radiohead e The Cardigans, e da qual destaco, pelo meu gosto pessoal, o tema 1#Crush dos Garbage. Com um deslumbrante DiCaprio “pré-Titanic” como Romeu e um bom desempenho de Claire Danes como Julieta, até custa a acreditar que em breve terá passado uma década sobre a estreia deste filme! Como o tempo voa…

® Isabel Fernandes

3 Comments:

At 2:12 da tarde, Blogger gonn1000 said...

O filme é bom e o seu melhor elemento é mesmo a "#1 Crush" dos Garbage, que merece 10/10 :D

 
At 5:14 da tarde, Blogger MPB said...

Não é por nada, mas apesar de ainda não ter visto "O CRIME DO PADRE AMARO", acho que deve andar por aí muita boa gente a pensar que falta daria ter Baz Luhrmann por cá.

Cumps

 
At 10:47 da tarde, Blogger Carlos M. Reis said...

Eu gostei bastante e obrigatoriamente o coloquei na minha DVDteca. Todo o trabalho atrás das cameras é fantástico e a história urbana é suficientemente tocante.

Cumprimentos.

 

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