Monstros e Companhia
Título Original: “Monsters, Inc.” (2001) Realização: Pete Docter Argumento: Andrew Stanton & Daniel Gerson Actores: Billy Cristal – Mike Wazowski John Goodman – James P. “Sulley” Sullivan James Coburn – Henry J. Waternoose Steve Buscemi – Randall Boggs |
São já há uns aninhos que a animação tem vindo a assumir-se como um género a ter cada vez mais em conta, e prova disso é que esse mesmo género tem tomado tão boa conta de si ao ponto de se afirmar como um dos mais rentáveis da indústria cinematográfica, rivalizando a bem rivalizar com, principalmente, as grandes produções. Este Monstros e Companhia é uma das peças sólidas do baralho profícuo e inebriante do qual a animação tem vindo a dar cartas. Continuando nestes termos, Monstros e Companhia é um rei, quase a cheirar um ás.
Estamos em Monstropolis, divertido e caótico mundo povoado por monstros. James P. Sullivan, mais conhecido por Sulley, é o principal assustador do seu mundo, sendo Mike Wazowski o seu companheiro e assistente na fábrica de sustos onde ambos trabalham. A principal fonte de energia de Monstropolis provém dos gritos das crianças assustadas pelos monstros que saem dos seus armários. O facto de um carro andar ou de uma luz acender significa automaticamente que alguém muito novinho teve de gritar. E ainda existe a crença que as crianças são perigosas e tóxicas pelo que qualquer contacto com elas é estritamente proibido e extremamente temido. Assim, quando Sulley descuida-se, e acidentalmente Boo, uma pequena menina humana, entra no mundo dos monstros, cria-se o pânico total em Monstropolis. Mas Mike e Sulley irão aventurar-se, passando por vários riscos e situações hilariantes, a tentar pôr tudo no seu devido lugar: colocar Boo no seu mundo e enfrentar a perigosa conspiração que se abate sobre a Monsters, Inc., a fábrica onde trabalham.
Nomeado ao Óscar de Melhor Filme de Animação – perdeu a estatueta dourada para Shrek – Monstros e Companhia é uma encantadora fábula onde abundam boa disposição e alegria festiva. É acima de tudo uma história de riqueza afectiva imbatível, triunfante pelo facto da sua pretensão cómica estar exemplarmente aliada à vincada atmosfera de valores humanos que é oportunamente posta à prova.
Sempre com um timing cómico impecável está Mike (voz de Billy Cristal), a contrastar com a sobriedade contida de Sulley (voz de John Goodman). Mike, com a sua incrível naturalidade, é um caso sério em pôr à prova a durabilidade do nosso sorriso. Consegue prolongá-lo mais que o exigido, enquanto a ternura de Sulley torna-se amadurecidamente comovente. É de salientar a fantástica cena em que Mike ajuda Sulley a exercitar-se – um delírio.
O grafismo sobressai, passando a obra com elevada distinção nessa etapa. Cores apelativamente berrantes enchem Monstropolis de animação. Igualmente de parabéns está a banda sonora, destacando-se a fabulosa canção da autoria de Randy Newman, “If I Didn’t Have You”, um prodígio sentimental compensado com um Óscar e um Grammy, onde as vozes de Billy Cristal e John Goodman são imperiais. Nota ainda para os magníficos créditos, onde as contagiantes cenas extra nunca se portaram tão bem como aqui, neste Monstros e Companhia. Acho que não estou a exagerar.
Em suma, uma divertida e valorosa lição para as crianças e, mais uma super bem disposta oportunidade para os adultos não se esquecerem do que é o mais importante.
® Artur Almeida
8 Comments:
Também achei o filme bastante divertido. Outro filme desse género que também gosto bastante é «A Idade do Gelo».
realmente, a animação digital tem vindo a crescer e a dar-nos algumas pérolas, como este "Monster's Inc", ou "The Ice Age", "A Bug's Life" e "Shrek", por exemplo. Mas gostava que não se torne padrão para o futuro e destrone a animação em 2D, que apesar de parecer obsoleta ainda consegue criar maravilhas como "Lilo & Stitch", "Tarzan", ou todos os anos a animação japonesa lança filmes de qualidade cá para fora, como "A Viagem de Chihiro", "Howl's Moving Castle", "Steamboy" entre outros. Que haja espaço para todos :)
Olá aos 2,
Spaceboy: é realmente divertido, então aquele Wazowski...:) O Ice Age ainda não tive oportunidade de ver mas será rectificado.
membio: Também acho e devo confessar que nunca vi grafismo tão apelativo e fascinante como o 2D de Les Triplettes de Beleville. Era mesmo bom que houvesse espaço para todos...
a animação que menos gostei da pixar
Partindo do pressuposto que gostaste, isso só mostra a qualidade abundante no reino Pixariano.
Ao contrário do Shrek, a este já acho mais piada. É muito mais bem conseguido a todos os níveis, divertiu-me mais e a própria animação maravilhou-me mais. Acho é que as animações 3D andam a cair na rotina e cada vez mais me parecem repetições de uma mesma fórmula. E é pena.
Concordo com o que dizes. As animações 3D estão-se a mostrar repetidamente homogéneas enquanto que há mais espaço de manobra criativo nas 2D. É pena o progresso ser também retrocesso, de uma certa forma.
O melhor filme digital de todos.
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