sexta-feira, novembro 11, 2005

The Majestic

Título Original:
"The Majestic" (2001)

Realização:
Frank Darabont

Argumento:
Michael Sloane

Actores:
Jim Carrey - Peter Appleton
Laurie Holden – Adele Stanton
Martin Landau - Harry Trimble


The Majestic de Frank Darabont foi um dos grandes fracassos de bilheteira de 2001/2002 e, como tantas vezes em que tal ocorre, acabou por cair no esquecimento. Esta obra representa, antes de mais, um grito da parte do realizador a Hollywood, um grito de revolta que tenta veicular uma simples mensagem que aparentemente está esquecida: Uma boa história ainda continua a ser um bom motivo para fazer um filme!

Peter Appleton (Jim Carrey) é um guionista de Hollywood que toma conhecimento que é alvo de uma investigação por parte da comitiva que liderava o “movimento” da caça às bruxas anti-Comunistas dos anos 50. Suspenso do estúdio onde trabalha e um pouco deprimido Appleton decide dar um grande passeio de carro mas sofre um acidente de viação. Quando acorda descobre que se encontra numa pequena cidade, Lawson, onde o confundem com Luke Trimble, um herói local da Segunda Guerra Mundial e que todos julgavam morto. Sem se aperceber do que está a acontecer visto ter perdido a sua memória, Peter assume o papel de Trimble julgando que de facto aquela é a sua vida até ao momento em que recupera a sua memória...

Com uma fotografia e história a relembrar alguns dos grandes clássicos da década de 40 e 50 com que Hollywood nos brindou,
The Majestic apresenta-se indiscutivelmente como um dos primeiros grandes clássicos do novo milénio. A interpretação de Jim Carrey é simplesmente fabulosa e está para ser explicado como foi possível a sua ausência da lista de candidatos ao Óscar. A acompanhar Carrey encontra-se um fantástico elenco que ajuda a funcionar toda a obra que foi feita a pensar acima de tudos neles mesmo, nos actores.

Uma das curiosidades do filme é de facto a forma metafórica como a história representa uma realidade que não deixa, ainda hoje, de se verificar. Refiro-me evidentemente a uma certa recusa da parte dos grandes estúdios de Hollywood em investir em boas histórias que não necessitem de milhões de dólares gastos em efeitos especiais, visuais e todas essas extravagâncias, muitas vezes utilizadas unicamente com o objectivo de esconder uma história fraca e sem sentido. Não existe de facto uma perseguição a argumentistas, realizadores, etc na actualidade mas as pressões e a tentativa de controlo existe e muito e o filme não deixa de marcar uma posição relativamente a todas estas tristes situações que se vivem e, muito honestamente, continuarão a existir por muito mais tempo.

Resumindo, um filme simples, gracioso, muito bem feito que, tenho a certeza, terá a capacidade de agradar a qualquer pessoa que deseje deliciar-se com um bom filme.

Até para a semana e bons filmes...

® Bruno Sá