segunda-feira, setembro 04, 2006

A Woman Called Abe Sada

Título Original:
"Jitsuroku Abe Sada " (1975)

Realização:
Noboru Tanaka

Argumento:
Akio Ido

Actores:
Junko Miyashita - Abe Sada
Hideaki Esumi - Ishida Kishizo
Genshu Hanayagi - Geisha
Yoshie Kitsuda - Kishizos wife


Uma gueixa, de nome Abe Sada, desenvolve um tórrido romance proibido com um homem de negócios. Durante uma semana intensa, levam a paixão carnal até ao limite. Porém, o ciúme e o amor obsessivo da jovem mulher, levará a um final abrupto e trágico...

Trata-se da adaptação da bizarra e extraordinária história real da “geisha” Abe Sada, a mulher que em 1936 matou o seu amante e lhe cortou o pénis... Datado de 1975, marca o inicio da era do "Roman-Porno", que marcou o cinema japonês com filmes de carga erótica relevante e com alguma violência à mistura. A Woman Called Abe Sada tem a particularidade de ter estreado um ano antes do famoso Império dos Sentidos de Nagisa Oshima, que se baseia no mesmo acontecimento real.

Apesar de tudo, as duas películas apresentam diferenças significativas; enquanto que o Império dos sentidos apresentava uma carga erótica muito mais explícita, A Woman Called Abe Sada, de Noburu Tanaka, centra muito mais os acontecimentos nos desvaneios psicológicos da personagem principal e na obsessão e desolação sentidas pela jovem mulher. Ainda que com uma carga erótica reinante, Abe Sada é um filme em que a carga dramática sobrepõe-se, ao contrário da película de Nagisa Oshima onde o acontecimento trágico é o climax da história e a carga sexual explícita domina todo o filme.

Nesse sentido, A Woman called Abe Sada, é mais sangrento que o seu sucessor e vive sobretudo das magníficas interpretações de Junko Miyashita (Abe Sada) e de Hideaki Esumi (Ishida Kishizo), da bela fotografia e da boa realização de Noboru Tanaka.

Apesar das suas óbvias limitações da época, A Woman Called Abe Sada é um dos títulos recomendados para adeptos da era "Roman-Porno". Noboru Tanaka é hábil com a câmara, conseguindo criar um ambiente erótico sem ser forçado e sem mostrar demasiado,sendo mesmo assim, bastante erótico, embora o trunfo do realizador seja o estudo pesicológico da obsessão e ciúme doentio da personagem feminina, ABE SADA. Por essa razão, é a espaços, bastante violento quer fisica quer psicologicamente. Uma excelente proposta, pricipalmente para cinéfilos convictos e interessados no belo cinema japonês.

® Sérgio Lopes