domingo, março 09, 2008

Duas Irmãs, um Rei

Título Original:
"The Other Boleyn Girl" (2008)

Realização:
Justin Chadwick

Argumento:
Peter Morgan, adaptação do romance homónimo de Philippa Gregory

Actores:
Natalie Portman - Ana Bolena
Scarlett Johansson - Maria Bolena
Eric Bana - Henrique Tudor/Henrique VIII
David Morrissey - Duque de Norfolk


Duas irmãs, Ana e Maria Bolena, são vítimas da ambição do pai e do tio, que as usam de modo a conseguir poder e prestígio através da conquista de favores de Henrique Tudor, rei da Inglaterra. Aproveitando-se do facto da rainha Catarina de Aragão ter perdido outro filho, o tio consegue que as duas irmãs sejam inseridas na corte. O rei repara imediatamente na beleza de Maria, que se torna sua amante e pouco tempo depois dá à luz um filho ilegítimo. Mesmo sabendo que a irmã ama verdadeiramente o rei, Ana quer a todo o custo seduzi-lo e ser rainha de Inglaterra. Com uma série de artimanhas, ela consegue a confiança do rei, que a deseja ardentemente, livra-se de Maria e de Catarina de Aragão e altera drasticamente o reino e a vida do povo. Até que ponto levará Ana a sua ambição?

Exteriormente temos um filme com cenários bonitos e um guarda-roupa de época impecável, em termos de argumento o filme só consegue ser satisfatório. Porque é bastante fácil perceber que recria apenas os “bastidores” da corte, as traições, as pessoas que se deixam corromper e outras em que nunca se deve confiar, levando a um choque de ambições opostas. Tudo oscila perante os devaneios de um rei e da sua activa sexualidade. A personagem que Eric Bana interpreta é fraca e pouco credível, ora balançado para o lado de Maria ora para o lado de Ana.

De facto as personagens mais marcantes no enredo de filme são mesmo as duas irmãs, embora o desempenho fantástico de Natalie Portman tenha ofuscado o de Scarlett Johansson. Duas belezas diferentes, duas promissoras actrizes da nova geração de Hollywood.

“Duas Irmãs, um Rei” (infeliz tradução para português do título do filme) é um filme que até se vê bem, mas poderia ter sido muito melhor se não se tivesse cingido tanto à vida íntima do rei. Desse modo não creio que se possa afirmar que este seja um filme histórico. Quem conhece o período histórico conturbado que a Inglaterra vivia no tempo de Henrique VIII, não o vê retratado no filme, talvez não fosse esse o objectivo, mas ajudava a suportar a visão romântica que ficou.

Talvez quem tenha lido o livro que deu origem a “Duas Irmãs, um Rei”, possa encontrar pontos de interesse que tenham escapado à atenção, ou tenham sido postos de lado pelo argumentista do filme.

® Isabel Fernandes