segunda-feira, outubro 02, 2006

Battle Royale

Título Original:
"Batoru rowaiaru " (2000)

Realização:
Kinji Fukasaku

Argumento:
Koushun Takami & Kenta Fukasaku

Actores:
Tatsuya Fujiwara - Shuya Nanahara
Aki Maeda - Noriko Nakagawa
Taro Yamamoto - Shougo Kawada
Chiaki Kuriyama -Takako Chigusa


Um grupo de estudantes do 9º ano é deixado numa ilha isolada levando apenas um mapa, alguma comida e várias armas (todas elas diferentes para cada um dos estudantes). Terão de se matar uns aos outros até ficar apenas um sobrevivente, ou serão todos dizimados. É esta a premissa do controverso Battle Royale do realizador veterano japonês Kinji Fukasaku.

O principal problema de Battle Royale é o de parecer que estamos na presença de um grupo de adolescentes a praticar uma espécie de paintball mas… com armas reais. E qual a razão pela qual os adolescentes foram seleccionados para merecer tamanho castigo? É uma medida ultra-radical, do governo japonês, do novo milénio, à beira do colapso, na tentativa de servir de exemplo para uma juventude cada vez mais violenta e de uma sociedade cada vez mais dispersa. É, por isso, seleccionada uma turma à sorte por um antigo professor (interpretado por Takeshi Kitano). Será credível essa premissa? Mesmo eu não sendo grande conhecedor da cultura japonesa, parece-me um pouco forçado e ilógico.

Os primeiros 20 ou 30 minutos do filme são razoavelmente bem conseguidos. A partir daí é assistir à caça dos estudantes e consequente morte, que será comunicada pelo a uma determinada hora, diariamente. Aliás, o que se pode afirmar que é um ponto positivo da película são as interpretações dos jovens actores e do conceituado realizador/actor, Takeshi Kitano.

Depois, há os clássicos clichés dos filmes do género: O psicopata sedento de sangue que escolhe sempre os opositores que são (quase) apanhados, pois no limite, escapam sempre; o génio de informática; O rapaz obeso” A vaidosa e popular rapariga; e o romance entre dois adolescentes “normais”; entre outros.

Apesar das interpretações não comprometerem, não há, na realidade um grande estudo e desenvolvimento de personagem. A fotografia é óbvia e repetitiva. a nível de montagem, os flashbacks intermédios só servem para piorar a situação e a música também não é uma grande valia para a película.

Apesar de tudo, Battle Royale, foi um grande sucesso asiático, sendo altamente controverso no pais de origem e atingindo o estatuto de culto, pelo mundo innteiro, dando origem a uma sequela que aquando da estreia coincidiu com a morte do seu realizador Kinji Fukasaku.

Pessoalmente, penso que Battle Royale não traz nada de novo e apresenta inúmeras falhas de realização e buracos de argumento. Não apresenta nada a nível de inteligência, consistência e acima de tudo, beleza estética cinematográfica, tão característica do cinema asiático. No entanto, para quem quiser ver 30 maneiras diferente de matar um oponente, este filme é o indicado.

® Sérgio Lopes

2 Comments:

At 5:23 da tarde, Blogger not_alone said...

É um filme gore, e como tal, não precisa da beleza estética de um Tigre e o Dragão. Obviamente o conceito é difícil de acreditar, mas é apenas um "suponhamos". Não pretende ser real ou fiel à realidade. Mas, se pensarmos bem, que é que acreditaria que um homem sozinho conseguiu convencer um país a aniquilar todo um povo de determinada raça ou credo. A verdade é que existiu, chamava-se Hitler...

Independentemente disso, Battle Royale é também claramente uma crítica aos efeitos malignos da cultura "Reality TV". Esses programas esticam tanto a corda ao que é aceitável que será apenas um pulinho até chegarmos a um Battle Royale TV...

No fundo é tudo uma grande metáfora, que acaba por ser bem mais chocante do que qualquer uma das mortes...

 
At 9:08 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Esta critica é absolutamente escandalosa e incorrecta. Caro Sérgio Lopes, até fui ver o teu blog sobre cinema asiático e percebo quando dizes que este filme difere do género asiático, e de facto difere. Mas não é isso que está em causa em BR. O k esta em causa é o significado daquilo que é realmente o valor que os jovens dão aos amigos, que como vemos no filme é quase nula. O filme é uma grande lição filosófica, a banda sonora é excelente(musica clássica muito bem inserida Verdi etc), as actuações são brilhantes tendo em conta a idade dos actores e a mensagem é algo de fundamental. Para além de que a própria situação proposta em BR obriga a animalização do ser humano. Um filme extraordinário, que leva injustamente neste blog com uma critica incorrectissima. Para quem quiser ver a minha opiniao mais justificada e explorada visite o blog www.retroprojeccao.blogspot.com

 

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