domingo, outubro 16, 2005

Realizador da Semana: Jim Jarmusch

Jim Jarmusch é um dos mais criativos e um dos maiores representantes do cinema independente norte-americano, respirando total liberdade criativa por todos os poros.

Nascido a 22 de Janeiro de 1953 no Ohio, o americano mudou-se para Nova Iorque aos 17 anos, tendo sido admitido na Tish School of The Arts sem qualquer experiência de cinema, depois do curso de Inglês feito na Columbia University. Completou a sua formação em Paris, na Cinemateca Francesa. Antes de se tornar senhor de um filme, trabalhou como assistente de realização de Wim Wenders em Lightning Over Water, um muito sentido documentário sobre os últimos dias de Nicholas Ray. Jarmusch, que não admite que os seus filmes sejam dobrados em países estrangeiros, durante a sua carreira também experimentou o mundo dos videoclips, tendo trabalhado na direcção destes para grupos ou artistas como Talking Heads, Tom Waits ou Neil Young & Crazy Horse. Em boa verdade, não é nada raro encontrarmos músicos como actores nos seus filmes.

Estreou-se na realização de longas-metragens em 1980, portanto, são já há vinte e cinco anos que é um dos nomes máximos do cinema afastado dos grandes estúdios. O filme de estreia dá pelo nome de Permanent Vacation. Financiado em boa parte pelos seus amigos, é um drama sobre o trajecto errante de um jovem de dezasseis anos por Nova Iorque à procura de mais significado na sua vida. Seguiu-se Stranger Than Paradise, comédia dramática vencedora da Câmara de Ouro em Cannes, feita a partir de uma sua curta-metragem de há dois anos atrás. Dois anos passados e foi a vez de Down by Law, nova comédia dramática, com Tom Waits e Roberto Benigni e com uma nomeação à Palma de Ouro. Em 1989 chegou-nos Mystery Train, um trio de curiosas histórias sobre casais estrangeiros hospedados num hotel de Memphis. Seguiu-se Noite na Terra, uma colecção de cinco intrigantes histórias passadas em táxis em cidades espalhadas pelo Mundo. O metafísico Homem Morto é talvez o seu mais emblemático filme, um atípico e extremamente poético western enquanto Ghost Dog – O Método do Samurai é um misto original de comédia, western, filme de samurais e gangsters, sobre um assassino profissional. Já no novo milénio, Café e Cigarros assumiu-se como um interessante conjunto de sketches, onde a beleza das conversas banais era exposta.

Jim Jarmusch é um enorme exemplo de um cineasta íntegro, um assumido diletante que ama o cinema, belíssima qualidade que o impede de se vender. E já agora, Broken Flowers promete imenso…

® Artur Almeida

4 Comments:

At 8:11 da tarde, Blogger MPB said...

Um dos realizadores que mais admiro.
Depois de ver DEAD MAN, admito que fiquei interessado em descobrir a filmografia de Jarmush e as surpresas continuaram a surgir.
Agora resta esperar por BROKEN FLOWERS que promete mais uma vez vir afirmar Jarmush como um dos mais interessantes e quem sabe o REI DOS INDEPENDENTES.

Cumps

P.S. - deixo aqui um link do meu blog com um texto sobre JArmush também http://rollcamera.blogspot.com/2005/06/rollcameraapresentajim-jarmush-por.html

 
At 8:38 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Compreende-se a admiração:) Eu gostei imenso de Ghost Dog e Café e Cigarros, este último contra a vontade de muitos.

Lembro-me de ter lido no Rollcamera o texto e comentado- vou aproveitar para relembrar o que possa estar esquecido.

Cumprimentos

 
At 12:35 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Estou ansioso pelo Broken Flowers :)!

Cumps.

 
At 5:30 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Confesso que também estou, e ainda por cima portou-se muito bem em Cannes:)!

Cumprimentos

 

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