quarta-feira, junho 27, 2007

Sete Espadas

Título Original:
"Chat Gim" (2005)

Realização:
Hark Tsui

Argumento:
Chi-Sing Cheung & Tin Nam Chun

Actores:
Donnie Yen - Chu Zhao Nan
Leon Lai - Yang Yun Chong
Charlie Yeung - Wu Yuan Yin
Chia-Liang Liu - Fu Qing Ju


Nos últimos anos, nomes como Ang Lee ou Zhang Yimou têm contribuído para que o público ocidental tome maior contacto com produções asiáticas, em particular o épico, género que é há muito trabalhado nessas cinematografias mas que permanecia relativamente distante de uma grande faixa de espectadores.

Tsui Hark, embora não tenha tido tanta visibilidade ultimamente, é considerado outro mestre do cinema chinês e regressa à realização com Sete Espadas, o primeiro capítulo de uma saga de vingança, amor, guerra e traição centrada num grupo de sete guerreiros a quem foram entregues espadas especiais que os ajudarão a combater mercenários enviados por um cruel oficial militar.

Ambientado na China do século XVII durante a dinastia Ching, o filme relata a persistência dos habitantes da Vila Marcial, uma pequena povoação que recusa abandonar o culto e prática das artes marciais, tradição proibida (e punida) pelo novo governo. Assim, são forçados a enfrentar muitos e ameaçadores antagonistas que os excedem em número e técnica, mas as setes espadas e aqueles que as utilizam poderão ainda trazer alguma esperança a um cenário cada vez mais caótico.

Sete Espadas é uma obra ambiciosa que equilibra cenas as obrigatórias sequências de artes marciais com múltiplas histórias de amor amarguradas e larger than life, suscitando uma reflexão acerca do poder, do heroísmo e da lealdade, mas Tsui Hark não consegue criar aqui o épico de grande fôlego que ambiciona.
É certo que há cenas de acção suficientemente abrasivas e pujantes, com batalhas bem coreografadas e filmadas, mas a superabundância de personagens (muitas mal aproveitadas) e de enredos torna a película difícil de digerir a espaços, uma vez que o argumento é algo confuso e disperso.

Aproximando-se do romantismo de O Tigre e o Dragão e da energia visual de O Segredo dos Punhais Voadores (a sombra de Akira Kurosawa também se faz sentir), Sete Espadas não é tão refrescante como essas referências, mas possui ainda uma solidez e eficácia assinaláveis, mesmo sendo um filme irregular que fica abaixo do seu potencial.
No entanto, esta versão, de 153 minutos de duração, foi encurtada, pois a original tinha 240, o que poderá explicar a ocasional desorientação a que o espectador está sujeito devido a um argumento que se sente não ter sido devidamente trabalhado. Uma proposta recomendável, de qualquer forma, pelo menos para apreciadores do género.

® Gonçalo Sá

2 Comments:

At 11:17 da tarde, Blogger Loot said...

Não sabia que o filme tinha sido encurtado, vi-o quando estreou também lhe achei alguma piada :)

 
At 5:39 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Sim, não é obrigatório mas tem algum interesse.

 

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