quarta-feira, janeiro 18, 2006

Kung-Fu-Zão

Título Original:
"Kung Fu Hustle"(2004)

Realização:
Stephen Chow

Argumento:
Tsang Kan Cheong, Stephen Chow, Xin Huo & Chan Man Keung

Actores:
Stephen Chow - Sing
Xiaogang Feng - Crocodile Gang Boss
Wah Yuen - Landlord


Numa altura em que o cinema oriental parece evidenciar-se cada vez mais, disseminando-se por tudo o mundo e conquistando públicos mais alargados, torna-se não só numa reconhecida influência para o trabalho de cineastas, mas é também influenciado por estes.

Kung-Fu-Zão, a mais recente película de Stephen Chow, é um esgrouviado combinado de acção, humor, suspense e artes marciais, uma dinâmica paródia a códigos e géneros cinematográficos que tanto satiriza as rebuscadas aventuras de kung-fu como envereda também por paralelismos a obras de ficção científica ou westerns.

Chow, que no currículo contava já com a realização do delirante Shaolin Soccer, volta a apostar num filme carregado de energia cinética, recorrendo a exageradíssimas sequências de combate numa obra cujo visual estilizado oferece alguns momentos efervescentes, evidenciando os impressionantes progressos do digital.

Ecléctico melting pot de referências, Kung-Fu-Zão tanto assenta nas sagas de Kill Bill ou Matrix como nas tradicionais histórias de kung-fu, passando por uma notória aproximação ao dinamismo dos universos cartoon norte-americanos e anime.

O argumento - que segue as peripécias de um jovem indeciso (interpretado pelo próprio Chow) entre a lealdade ao ameaçador Gang do Machado ou a procura de um caminho mais nobre - dá quase sempre prioridade ao desfile de prodígios visuais, e as personagens nunca vão além da caricatura numa história maniqueísta e formatada.
Contudo, os pequenos achados na concepção de certas cenas conseguem compensar (na medida do possível) a evidente linearidade dramática, tornando Kung-Fu-Zão num aceitável entretenimento, que a espaços até entusiasma mas que como um todo é bastante desigual (e sobretudo redundante, pois à medida que o filme decorre o efeito surpresa tende a descrescer).

O que fica? Algumas coreografias e efeitos especiais minuciosamente trabalhados, duas ou três cenas divertidas, uma montagem dinâmica e trepidante e um ritmo escorreito. Longe de revolucionário, é certo, mas dentro do cinema assumidamente lúdico e descartável consegue, ainda assim, elevar-se acima de grande parte da concorrência.

® Gonçalo Sá

2 Comments:

At 9:31 da manhã, Blogger Sérgio Lopes said...

Concordo plenamente contigo Gonçalo. Por isso postei a tua crítica no cine-asia. Não gostei mesmo nada de Kung-Fu-Zão!


Cumprimentos,

Sérgio Lopes

 
At 12:29 da manhã, Anonymous Anónimo said...

hummm, é curioso quanto baste, se tivesse uma história mais porreira ainda ía lá... gostei mais do Shaolin Soccer!!!!

 

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