sexta-feira, janeiro 25, 2008

Bad Reputation

Título Original:
"Bad Reputation" (2005)

Realização:
Jim Hemphill

Argumento:
Jim Hemphill

Actores:
Angelique Hennessy - Michelle
Jerad Anderson - Aaron
Danielle Noble - Wendy
Mark Kunzman - Jake


Este é um filme caseiro de 2005, feito com um orçamento ridículo e com tantas inconsistências no argumento como más representações por parte dos actores desconhecidos. A sensação que dá é a de que estamos a assistir a um primeiro ensaio ou take, e que não houve oportunidade para mais treino. Supostamente, este filme ganhou alguns prémios em festivais de gore amador, mas nem isso merecia. É o primeiro filme de Jim Hemphill, responsável também pelo argumento.

Basicamente, é uma história de violação e vingança, seguindo os moldes dos clássicos I Spit On Your Grave e Last House on the Left, mas sem chegar aos calcanhares desses filmes que nem por isso são muito bons.

O capitão da equipa de futebol (Aaron) convida uma miúda tímida e introvertida (Michelle) para a festa que vai dar nessa noite porque quer violá-la. Enquanto um amigo fica à porta e outro lhe prende os braços (Jake), Aaron viola-a. Já adormecida, aquele que lhe segurara os braços mete-lhe uma garrafa de cerveja para se excitar, mas como ela está adormecida desiste. As namoradas deles vêm-nos a sair do quarto e vão espreitar, tirando como conclusão que a menina tímida afinal é uma vaca e que foi para a cama com os três. Como de costume, elas vingam-se nela e não nos namorados. Atam-na com fita adesiva de bricolage a uma árvore do jardim e escrevem-lhe SLUT na testa.

Na manhã seguinte espalham que ela é uma vadia e que se deita com qualquer um e ela é gozada e humilhada. Em casa, a mãe mostra-lhe que também deixaram mensagens badalhocas no atendedor de mensagens e chama à filha de puta. É favor recordar de que a menina é introvertida, e que se alguém deveria saber disso era a mãe, mas esta não, acusa-a logo. Michelle vai ao gabinete de apoio ao aluno, mas em vez de receber ajuda, é ofendida e criticada. Decidindo que essa foi a gota de água, ela começa a vestir-se e comportar-se de forma atrevida. Logo no primeiro dia da táctica, vai com o rapaz que ficou à porta para o miradouro da cidade e, quando ele acha que vai chupado, ela espeta-lhe uma ponta e mola no pescoço e a seguir corta-lhe o pénis. É risível o facto de não escorrer nem uma gota de sangue do pescoço.

A vítima seguinte é Jake, aquele que lhe meteu uma garrafa. É verdade que ela dormiu durante esse processo (não devendo dele recordar-se, portanto), mas quer enfiar-lhe coisas pelo rabo, também. Convidou-o para ir a casa dela, amarrou-o à cama e meteu-lhe uma bola de sado-maso na boca. Curiosamente, não lhe tira os boxers, nem mesmo quando supostamente lhe enfia uma mão cheia de lápis pelo ânus, adoptando uma posição totalmente inadequada para o efeito (por outras palavras, não parece nada que esteja a fazer o que supostamente está). E como vai ela desfazer-se do cadáver que está no quarto dela, e que de seguida mata à cacetada com um pesado livro de estudo que, este sim, espirra sangue contra as paredes a cada cacetada? Vai cortá-lo aos pedaços com uma faca eléctrica de cortar pão e metê-lo numa mala de viagem... onde claramente não cabe nem meio adolescente com o tamanho daquele!

Na noite do dia seguinte, Aaron dá nova festa. De manhã, a namorada de Jake diz que já não está preocupada com o seu desaparecimento dessa manhã, porque "no dia em que desapareceu, foi visto a comprar preservativos" – mas quem é que se refere à véspera dessa forma? Parece que já foi há muito tempo, e afinal ainda nem fez 24 horas que ele desapareceu. Ninguém fez revisão às falas antes de serem entreguem aos actores, para não dizer antes de o argumento ser aprovado e produzido (o argumento é da autoria do realizador)?

Para terminar, há nova festa em casa de Aaron, onde vão estar as vítimas todas que faltam, i.é, Aaron, as namoradas que a humilharam e uma terceira que até nem é má fulana. Michelle vai à festa com uma máscara baratucha do Jason Vorhees igual a uma que eu tenho e despacha a primeira rapariga com uma catana, decepando-a (não está mal feito). A seguinte está a vomitar na retrete e Michelle agarra-a pelos cabelos e fá-la bater com a cara na pia várias vezes. Apesar de a cara da outra ser esborrachada contra a sanita, enquanto a cabeça vai e vem nunca tem sangue (então o realismo?). Só apresenta um lenho na fonte, depois de morta. Nem maquilhagem para parecer que partiu a cana do nariz e abriu o lábio nem nada.

Só faltam duas mortes e como são tão pouco inspiradas, vou deixá-las no segredo dos deuses, para não dizerem que contei tudo ...

® Ricardo Lopes Moura