terça-feira, abril 04, 2006

Uma Boa Companhia

Título Original:
"In Good Company" (2004)

Realização:
Paul Weitz

Argumento:
Paul Weitz

Actores:
Dennis Quaid - Dan Foreman
Topher Grace - Carter Duryea
Scarlett Johansson - Alex Foreman
Marg Helgenberger - Ann Foreman


Entre a procura existencial e o amor, três personagens mostram as preocupações e as alegrias em gerações e papéis na vida diferentes. Esta é uma história cativante que consegue mostrar como uma comédia consegue ser profunda na forma de falar na vida.

Depois de ter aparecido ao lado de John Travolta no tocante Uma Canção de Amor, Scarlett Johansson mudou de tom, foi para a comédia com esta Uma Boa Companhia. Apesar da mudança de género, manteve-se em argumentos credíveis com esta comédia existencial. Aliás, aqui, nem precisa do protagonismo magnânime, já que esse estar na relação entre as personagens de Topher Grace e Dennis Quaid.

O filme conta-nos a história de Dan (Dennis Quaid), o responsável comercial de uma revista há longos anos, com regalias de chefe, hábitos e processos antigos. A estabilidade deste homem de família, que ama a mulher e as duas filhas, onde se inclui a bela adolescente Alex (Scarlett), é totalmente abalada quando acaba por ser despromovido e ter de “aguentar” com um novo chefe, com idade para ser seu filho e ideias novas – que passam pelo despedimento de pessoas com muitos anos de casa.
Tom, o novo patrão (Topher) é um jovem prodígio do marketing, ambicioso e com grandes projectos corporativos baseados, claro, apenas e só na maximização do lucro e na satisfação do no dono da revista. É esta relação que dá alento ao filme. Primeiro porque ambos os actores encaixam na perfeição um no outro. O lingrinhas Topher Grace, que mostrou os talentos de jovem divertido e incompreendido na brilhante série de televisão That 70’s Show, encaixa na perfeição neste chefe que, parece divertido no trabalho, mas acaba por ser implacável. Já na sua vida pessoal, tem um problema grave, é deixado pela sua nova mulher, por ser viciado no trabalho e não existir amor. Por outro lado, Dan não se pode dar ao luxo de perder o trabalho, porque é surpreendido com a gravidez da mulher, e anda sobrecarregado com despesas e prestações.

Entre jogos de basquetebol e a procura de Tom por uma amizade, já que se sente sozinho na sua vida, o jovem aproxima-se de Dan e da sua família, que assume quase como a sua. Mas a paixão pela filha de Dan, Alex, vai motivar novos motivos para “desaguisado” entre os dois homens. O filme consegue tornar-se uma rábula curiosa e, ao mesmo tempo, divertida, sobre dois homens com situações tão diferentes na vida, mas que podem ensinar algo um ao outro. Seja na própria vida, como na forma de fazer negócios, ambos têm muito a ganhar um com o outro. Outra perspectiva, dada mais ao de leve, é a forma como o mundo da publicidade também se transformou, os golfinhos de ontem, são os tubarões sem escrúpulos de hoje. O envolvimento entre Tom e Alex, vai ensinar também a Dan que a filha não pode ser criança por toda a vida. No fundo, é nos actores e na evolução das personagens que reside o encanto do filme.

® João Tomé