domingo, outubro 08, 2006

A Dália Negra

Título Original:
"The Black Dahlia" (2006)

Realização:
Brian de Palma

Argumento:
Josh Friedman, baseado na obra de James Ellroy

Actores:
Josh Hartnett – Det. Dwight “Bucky” Bleichert
Aaron Eckhart – Det. Leland “Lee” Blanchard
Scarlett Johansson – Kay Lake
Hilary Swank – Madeleine Linscott

Cinema negro é a designação que se costuma atribuir aos filmes realizados nos anos 40 nos E.U.A. Foi no ambiente de crescente criminalidade das principais cidades americanas que muitos realizadores, entre eles Hitchcock, se inspiraram nos seus filmes, cuja história se desenvolvia sempre a partir de um crime real. Recuperando alguns aspectos característicos do film noir, Brian de Palma realizou o seu mais recente filme, adaptado do livro: A Dália Negra de James Ellrroy. Tal como o livro, o filme é inspirado no brutal assassínio da aspirante a actriz Elizabeth Short (ocorrido em 1947 em Los Angeles, Califórnia), que ficou conhecida justamente como A Dália Negra (devido à sua estranha beleza reforçada pelo vestuário negro que sempre usava), comoveu a sociedade americana daquela época e encheu manchetes de jornais. A identidade do culpado permanece até hoje desconhecida.

O filme inicia-se na década de 40 com a imagem de uma Los Angeles em polvorosa. Nas ruas, criminosos e polícias envolvem-se em violentos confrontos. O sonho de qualquer polícia é resolver um grande caso (seja ou não de acordo com a lei e a verdade) e com isso ascender na carreira. Lee Blanchard e Bucky Bleichert são dois famosos pugilistas conhecidos respectivamente por Mr. Fire e Mr. Ice. Graças à influência e aos conhecimentos de Blanchard, Bleichert deixa de ser um simples polícia de rua e torna-se detective e parceiro de Blanchard. Este último apresenta ao amigo a sua bela mulher, Kay Lake, e juntos formam um trio inseparável.

Entretanto o corpo mutilado de Elizabeth Short (Mia Kirshner) é encontrado num descampado. Graças ao sucesso dos casos que resolveram, o caso é entregue a Blanchard e Bleichert. Só que à medida em que as investigações decorrem, Bleichert nota o comportamento estranho que o seu companheiro começa a ter e que o afasta cada vez mais da investigação e inclusive da própria esposa. Com isto Bleichert e Kay aproximam-se mais um do outro, mas quando surge a bela e misteriosa Madeleine Linscott (com uma visível semelhança a Elizabeth Short), que parece ter algo a ver com o caso, Bleichard deixa-se cair nos braços desta sedutora mulher.

Muitos poderão rotular a história de A Dália Negra como um déjà-vu, mas de que outra forma poderia um policial ser? Não só neste género como em outros a morte de alguém é normalmente o acontecimento que faz a narrativa fílmica girar à sua volta, e as personagens são todas suspeitas. É justamente neste último ponto que o filme de Brian de Palma mais falha, sendo a segunda parte literalmente abarrotada de segredos desvendados, pois todas as personagens, inclusive os protagonistas, podem ser culpados. Não podemos ter a mínima distracção se não acabamos por sair da sala de cinema sem nos lembrarmos de quem era afinal o assassino. Quanto aos protagonistas, os respectivos papéis assentam-lhes bem, apesar de, a dada altura do filme Josh Hartnett assumir um maior protagonismo em relação aos demais. A relação da personagem deste com a de Madeleine acaba por minimizar a relação com Kay, perdendo esta última um pouco do seu brilho. Por fim, medindo virtudes e defeitos, assistir a este filme não é de todo enfadonho.

® Isabel Fernandes

5 Comments:

At 9:32 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Eis um filme difícil de avaliar: uma boa caracterização de época, bons desempenhos, o estilo lento adequado ao suspense do mestre Brian de Palma...mas, de outro lado, demasiada dispersão, demasiada gente metida ao barulho, e a certa altura já não sabemos quem é quem nem qual o objectivo do filme...ou sequer se o título faz sentido, já que todos acabam por estar na berlinda - se não são o assassino, são os pecadores na suposta Cidade dos Anjos...Enfadonho em demasiados momentos, e excessiva duração.

 
At 1:56 da tarde, Anonymous Anónimo said...

É o filme do momento, tenho lido imensos posts e críticas sobre o mesmo. Tenho curiosidade de rever Brian de Palma.

 
At 1:13 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Um reparo...Madeleine Linscott não era parecida com Elizabeth Short...mas sim com Betty, a aspirante a actriz loira que rodou o filme pornográfico com a actriz assassinada.

Bom filme, cumprimentos
André

 
At 2:58 da tarde, Blogger Nia said...

Difícil de avaliar indeed. Um pouco disparatado a meu ver, com um final no mínimo... disparatado. Um Josh Hartnett inexpressivo, uma Scarlett Johansson sem razão de ser, um sub-valorizado Aaron Eckahrt (como o veio a provar Thank You For Smoking) e (a jóia do filme) uma Hillary Swank femme-fatale (só esta interpretação vale o visionamento do filme, a mulher realmente consegue fazer tudo). Mia Kirshner vem do mundo de "The L Word" repetir a fórmula, enfim, um filme que não aquece nem arrefece na hora mas que arrefece no esquecimento.
Saudações
memoriadeelefanta.blogspot.com

 
At 4:48 da manhã, Anonymous Anónimo said...

pior filme do século...

 

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