segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Táxi Driver

Título Original:
"Taxi Driver" (1976)

Realização:
Martin Scorsese

Argumento:
Paul Schrader

Actores:
Robert De Niro - Travis Bickle
Cybill Shepherd - Betsy
Harvey Keitel - Matthew
Jodie Foster - Iris Steensma


Travis Bickle (Robert DeNiro) é um jovem veterano do Vietname, que trabalha nas ruas de Nova York como motorista de táxi. Conhecendo bem todos os podres das vielas da cidade, cruza o seu caminho com o das jovens Betsy (Cybill Sheperd) e Iris (Jodie Foster), uma prostituta de apenas 12 anos, o que provoca a uma grande revolta contra tudo e todos, extravasando toda a sua agressividade contida…

Táxi Driver é um clássico drama urbano, intemporal, sendo mais uma colaboração da dupla Robert De Niro/Martin Scorcese (Outras foram Touro Enraivecido, ou Tudo Bons Rapazes, por exemplo). Provavelmente o melhor filme de Scorcese, narra a odisseia de um homem alienado da sociedade, perdido e obcecado por transformar o mundo em que vive, tornando-o melhor (no seu entender).

Robert De Niro tem um desempenho fenomenal na criação de um homem solitário irritado com uma sociedade cheia de miséria e desilusão. O encontro com uma prostituta de apenas 12 anos de idade (Jodie Foster) irá ser o cataclismo que fará o copo transbordar e levar à descarga da revolta interior de Bickle sob a forma de violência. No fundo, trata-se de um retrato de uma América dos anos 70, onde muitos dos ex-combatentes do Vietname, sentindo-se marginalizados ou inadequados na sociedade, poderiam eventualmente descarregar a agressividade captada em ambiente de guerra e de alguma forma, libertar os seus fantasmas e demónios interiores.

Martin Scorcese tem um trabalho de realização a roçar a perfeição. Não só permite que a narrativa flua de forma lenta para que o espectador entenda a vida entediante do protagonista, como também utiliza muito bem a fotografia de uma Nova York nocturna e taciturna, para enfatizar isso mesmo. Para acrescentar ainda mais brilhantismos à película a música da autoria de Bernard Herrmann, colaborador habitual de Hitchcock (falecido por altura de estreia do filme) encaixa que nem uma luva na criação do ambiente pretendido. Destaque igualmente para os actores secundários, Cybill Shepperd e o grande Harvey Keitel.

Táxi Driver é um filme em que não se encontram pontos negativos. È um verdadeira obra-prima dos anos 70 e seguramente um dos melhores filmes da década. Nomeado para quatro estatuetas dos Óscares de Hollywood, Melhor Actor – De Niro, Melhor actriz Secundária – Jodie Foster, Melhor Música e Melhor Fotografia, não venceu, apesar de tudo, em nenhuma das quatro categorias. Venceu, isso sim, a palma de ouro do festival de Cannes, o que de certa forma premiou o reconhecimento europeu de um realizador em ascensão, que actualmente é uma referência e um dos dinossauros da sétima arte.

A espaços perturbante e cruel, Táxi Driver tem a particularidade de ainda chocar, mantendo-se actual. Fica na retina a inesquecível interpretação de Robert De Niro que nos leva a ter saudades do tempo em que víamos De Niro ou por exemplo Al Pacino em papeis verdadeiramente assombrosos e que actualmente quase que desapareceram. Táxi Driver, vale mesmo a pena. È indispensável para qualquer amante de cinema e de visionamento obrigatório na obra de Scorcese.

® Sérgio Lopes

15 Comments:

At 3:36 da tarde, Blogger not_alone said...

Ok, o filme roça a perfeição, no entanto só lhe dás 4 estrelas. Lol. Enganaste-te, certo?

 
At 4:59 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Ups, foi um lapso. A classificação é 9 :)

Cine7

 
At 6:12 da tarde, Blogger Carlos M. Reis said...

Fica na história como a melhor interpretação (da já vasta carreira) de De Niro. Ou como o bom tuga gosta de dizer, do Roberto!

Cumprimentos.

 
At 6:53 da tarde, Blogger Francisco Mendes said...

Sempre tive muita dificuldade em eleger "Raging Bull" ou "Taxi Driver" como o melhor de Scorcese... digamos que ambos representam o pináculo da qualidade de Scorcese e De Niro... Obras Imortais!

 
At 12:32 da manhã, Blogger Sérgio Lopes said...

Que saudades destas interpretações de De Niro, simplesmente inesqueciveis. Que é feito destes grandes actores que brilhavam nos 70's?

Cumprimentos,

Sérgio Lopes

 
At 4:26 da tarde, Blogger Daniel Pereira said...

Toda a gente o elogia, mas, haja paciência, a maior parte ainda não aprendeu a escrever o seu nome: dois "s" em Scorsese. Desculpem o desabafo, mas é uma constante.

 
At 7:13 da tarde, Blogger Pedro Sargento said...

É um dos meus filmes preferidos. Apenas o final me parece um pouco atribulado e irrealista, ou não..
Porque não foi o Travis preso/julgado, depois de ter morto toda aquela gente?

Serei eu que estou a ver mal?

Cumprimentos!

 
At 8:27 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Boas a todos... o filme é de facto grandioso, um dos melhores do Scorsese. Já agora, Scorsese com dois "s"?!??!! É que fiquei na dúvida, sabe-se lá, podia eu estar errado mas pelos vistos está todo o mundo. É com 1 "s" Daniel, podes confirmar na net, nos créditos finais dos filmes dele, etc, etc...

 
At 9:44 da tarde, Blogger Daniel Pereira said...

Mas não escrevemos da mesma maneira, Bruno? Scorsese. Aliás, contando com o primeiro são 3 "s". ScorSeSe

 
At 3:01 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Boas Daniel. Bom, como falaste em 2 "s" quando existem 3 em ScorSeSe a minha interpretação foi um pouco distinta, como deves imaginar. Tendo agora entendido onde querias chegar após a correcção dos 3 e não 2 "s" nada tenho a dizer. Tens toda a razão, continua a haver pessoal que não escreve correctamente Scorsese mas paciência, só o facto de conhecerem a obra dele já é muito bom ;)

 
At 3:02 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Esse filme está muito fixe, já não o vejo há bastante tempo mas lembro que adorei!
Pedro Sargento se calhar é por ter esse final que não ganhou nenhum óscar, mas também acho que alguns filmes não precisam de moralismos.
Achei curioso ao comentário do meu crítico preferido, o senhor Bruno Sá. O senhor Bruno Sá não foi sincero no seu comentário pois prefere que as pessoas conheçam a obra do martin lawrence e de will smith (senhor Bruno Sá não fique ofendido por ter escrito o nome destes em minúsculas, sei que entraram no filme da sua vida... o lindo Bad Boys!!!! 9/10!!!) do que a obra do Martin Scorsese. Uma crítica tão fixe e pegam com o homem por se enganar no nome, se calhar viu mais filmes do Scorsese que vcs!!! Isto também se aplica a si senhor Daniel Pereira. Já agora o senhor sérgio lopes não volte a enganar-se nos nomes dos realizadores pois ainda vai parar à fogueira!

 
At 3:13 da manhã, Blogger Sérgio Lopes said...

Pablito... O ppl do cine7 está aqui para falar de cinema e todas as opiniões deven ser respeitadas. Como tal, aceito e agradeço a correcção sobre o nome SCORSESE (pura distracção no erro que cometi - não é assim tão grave) e realmente, o que interessa (e no que todos estamos de acordo) é que se trata de um excelente filme.

Como sei que és uma pessoa que gostas de filmes bons e aliás que me introduziste no universo Ingmar Bgrman, por exemplo, percebo o teu comentário ao bad boys, mas temos de respeitar a opinião de cada um...

1 abraço e bons filmes pa todos...

Sérgio Lopes

 
At 3:28 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Por acaso estou a ler o meu comentário e confesso que foi um pouco forte. Doravante só escrevo sobre filmes.

 
At 5:55 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Oh Pablito isto é um pouco de mau gosto não é?! Primeiro nem tão pouco reparei na altura que o Sérgio tinha escrito mal. Pensei que o Daniel estava a referir-se ao comentário do Francisco Mendes e se o Sérgio enganou-se tenho a certeza que foi, como ele explica, um lapso. Quanto ao Bad Boys, quando foi implementado o sistema de pontuação por estrelas deixei bem claro que as pontuações por mim dadas não funcionavam em termos absolutos mas sim de acordo com o género. Independentemente da compreensão desse sistema estar ao alcance de todos foi essa a forma por mim escolhida e as únicas pessoas que poderiam eventualmente recusar tal sistema eram os colaboradores da altura. Para terminar, visto que o assunto do Bad Boys é tão melindroso à primeira vista, deixei claro no final da crítica (é só clicar lá e está à vista de qualquer um que leia Português correctamente) que a pontuação dada tinha a haver com o sentimento especial que nutro pelo filme por razões que apenas a mim dizem respeito e que, em condições normais, a pontuação seria provavelmente de 6/7 estrelas. Sem esquecer a outra explicação: tem 6/7 estrelas dentro do género de acção. Espero que isto esteja clarificado. Para a próxima que desejares fazer um "ataque" perfumado de ironia a alguém (principalmente quando esse alguém sou eu) obtém as informações necessárias à correcta compreensão do que é escrito, pode ser pablito? É que num blog como este em que sempre vi as opiniões de todos serem respeitadas e nunca encontrei razões para atitudes como a tua terem lugar entristece-me ver um comentário que nada tem de construtivo e acaba por lançar "farpas" a pessoas que não conheces e que, pior de tudo, aparentemente não compreendes. Espero que tenha ficado tudo esclarecido, que esteja tudo bem entre todos nós e que, doravante, te limites a escrever de facto apenas sobre filmes. Falar de uma crítica é uma coisa, falar da pessoa que a escreve é outra MUITO diferente. Abraço e até à próxima...

 
At 10:04 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Pois!

 

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