domingo, abril 10, 2005

Kill Bill - A Vingança

Título Original:
"Kill Bill: Vol 1" (2003)

Realização:
Quentin Tarantino

Argumento:
Quentin Tarantino & Uma Thurman

Actores:
Uma Thurman – The Bride
David Carradine - Bill
Lucy Liu – O-Ren Ishii
Michael Madsen - Budd


Este é, sem dúvida, um dos meus filmes preferidos porque envolve toda uma série de aspectos interessantes e difíceis de enumerar na sua totalidade, daí que me seja complicado falar sobre ele. No entanto vou arriscar e juntar a minha opinião sobre Kill Bill – A Vingança à de Kill Bill – A Vingança – Volume 2. O segundo filme é a conclusão do primeiro, embora certas diferenças sejam visíveis, logo, ao contrário do que muitos críticos de cinema fizeram, prefiro referir-me a Kill Bill como um só filme, porque só na sua totalidade pode ser compreendido.

“Revenge is a dish best served cold” é a frase que surge antes da impressionante cena em que A Noiva (Uma Thurman) grávida, brutalmente espancada e ensaguentada é baleada na cabeça por Bill (David Carradine). Assim começa o aguardado quarto filme de Quentin Tarantino, como ele tão de forma auto-irónica anunciou na publicidade ao filme, numa piada ao seu curto curriculum cinematográfico de realizador, consagrado pelo mítico Pulp Fiction em 1994.

A história de Kill Bill, com os seus avanços e recuos na narrativa, gira à volta da personagem A Noiva, que resolve deixar a sua vida de assassina profissional, em que o seu nome de código era Black Mamba, e começar uma nova vida como esposa e mãe na pequena localidade de El Paso, Texas. Tudo teria corrido bem se Bill não a encontrasse e juntamente com o “Deadly Viper Assassination Squad”, antigo grupo de A Noiva, provocassem um autêntico massacre durante o ensaio da cerimónia de casamento. Apesar do tiro na cabeça, A Noiva não morreu e depois de quatro anos em coma acorda e dá início a uma fria e cruel vingança contra os que quiseram matar e fizeram com que perdesse a criança que esperava com tanta ansiedade. É quase cómico e irónico vê-la a riscar os nomes dos antigos colegas do “Deadly Viper Assassination Squad” no seu caderno com a “Lista dos cinco marcados para morrer” (Dead List Five) até chegar ao último e o mais importante de todos: Bill.

A sequência de luta com Vernita Green (Vivica A. Fox) é rápida porém não menos impressionante, mas o grande destaque da primeira parte de Kill Bill vai para O-ren Ishi (Lucy Liu). Para chegar até ela A Noiva usa habilmente a sua espada Hatori-Hanzo e golpes fantásticos, transformando-se numa máquina assassina e proporcionando algumas das mais impressionantes cenas de luta que já vi, os planos alternam dando-nos os mais variados pontos de vista das lutas, algumas parecem coreografias, especialmente numa cena em que as luzes se apagam e vemos as silhuetas a moverem-se com apenas uma luz azul na parede ao fundo e no chão. Mais um destaque pela forma como a história de O-ren foi foi contada em manga japoneses.

No segundo filme A Noiva prossegue a sua vingança na segunda parte do filme. Esta segunda parte tem poucas cenas tão violentas como a primeira, em que o sangue jorrava como água, a acção frenética é amenizada e ficamos a saber melhor a história das personagens, sempre dividida em capítulos. Até chegar a Bill, A Noiva terá de enfrentar Budd e a terrível Elle Driver (Daryl Hannah), é de destacar as fantásticas cenas de luta entre as duas. Julgamos que o confronto entre Bill e A Noiva será o mais violento de todos, mas a luta contra ele é sobretudo psicológica, Bill é um assassino cruel na sua elegância e defronta-a com mais palavras do que armas.

Excelentes planos com variações nos formatos, um misto de acção, violência, algum humor negro, a indiscutível influência da paixão de Tarantino pelos filmes de kung-fu, de samurais, com toque de western spaguetti, cenas coloridas ou em que as cores se intensificam ou se esbatem, flashbacks a preto e branco, tudo bem combinadas com o repertório musical a cargo de RZA, personagens fortes e bem interpretadas por um respeitado grupo de actores transforma Kill Bill num filme inesquecível.

® Isabel Fernandes

1 Comments:

At 10:59 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O que Tarantino queria e conseguio com o Kill Bill vol.1 foi trazer aos tempos modernos o exagero do cinema asiático.

O vol.2 está muito ao estilo americano.

 

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