O Coleccionador de Ossos
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De entre os vários géneros fílmicos o thriller, o suspense, o terror constituem as preferências de muitas pessoas, nas quais eu me insiro. Há sempre uma “negra” curiosidade em relação a filmes sobre assassinos em série. Que motivo os leva a matar? Que pistas deixou propositadamente ou não na cena do crime? Queremos saber todos os pormenores dos actos de um serial-killer, como se este fosse um exemplo de um objecto de estudo e nós estivéssemos na pele dos polícias, tentando perceber o que levou ao crime, perceber as pistas e tentar compreender uma mente perigosa ou desequilibrada. Raros são os filmes que nos levam a fazer isso quando se esgota a imaginação dos argumentistas e dos realizadores. O Coleccionador de Ossos está em “meio-termo”, mas vale a pena ver.
A acção localiza-se em Nova Iorque, onde vive Lincoln Rhyme, um conceituado criminalista e autor de vários livros. Quatro anos após ter ficado tetraplégico devido a um acidente num local de um crime que investigava, Lincoln teme que os ataques que sofre o deixem em estado vegetal e por isso insiste com quem o rodeia na ideia de eutanásia. Entretanto surge o caso de um assassino que conduz um táxi onde apanha as suas vítimas e, antes de as matar, corta-lhes um pedaço de osso como souvenir. Lincoln é procurado por amigos da polícia que estão a investigar o caso, confiam na sua incrível capacidade de raciocínio e transformam-lhe o quarto numa espécie de laboratório/escritório. Recorrendo a aparelhos modernos adaptados à sua condição limitada, Lincoln analisa as pistas e tenta perceber que mensagem o assassino quer deixar. Para ajudá-lo escolhe Amelia, uma jovem agente de patrulha que encontrou um cadáver e impediu que as pistas deixadas pelo assassino fossem destruídas. Lincoln quer que Amelia seja os seus olhos, o seu corpo na investigação nos locais de crime, pois reconhece nela uma agilidade de raciocínio e uma intuição invulgares para a sua idade.
Após o sucesso de Se7en (David Fincher, 1997) parece que se tem vindo a formar um padrão elevado de imaginação e criatividade em relação aos thrillers, padrão esse que é quase exigido por quem gosta deste género de filmes e sabe dizer quais deles foram um bom investimento para os realizadores. A escolha do elenco também pode ser importante para o sucesso de um filme. O Coleccionador de Ossos tem duas “cabeças de cartaz” bem conhecidas do público em geral: Denzel Washington – sempre irrepreensível mesmo com as limitações que a sua personagem tinha e Angelina Jolie – mostrando que sabe fazer mais qualquer coisa do que enfeitar o ecrã e encher capas de revistas. A relação entre as personagens que interpretavam mostrou uma “química” bem razoável. A história não é muito diferente do que estamos habituados a ver: um assassino misterioso, cuja identidade só sabemos no fim, com os melhores polícias com um faro incrível para decifrar pistas e impedi-lo de fazer mais vítimas. Dada a banalidade da temática dos assassinos em série há que admitir que é difícil fazer um filme com algo absolutamente original e surpreendente.
® Isabel Fernandes
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