The Wild Blue Yonder
Título Original: "The Wild Blue Yonder" (2005) Realização: Werner Herzog Argumento: Werner Herzog Actores: Capt. Donald Williams - Astronaut Commander Dr. Ellen Baker - Astronaut physician Franklin Chang-Diaz - Astronaut Plasma Physicist Shannon Lucid - Astronaut biochemist |
Há várias décadas, um grupo de extraterrestres oriundos de um planeta submerso chegou à Terra mas, devido às sua fisionomia ser idêntica à dos humanos e de não constituírem uma ameaça para estes, encontraram aqui um novo lar, passando despercebidos junto da maioria dos terráqueos.
No entanto, até mesmo a Terra parece já estar a tornar-se um planeta em risco, colocando em causa a sobrevivência dos seus habitantes, o que leva uma equipa de astronautas a partir para o espaço à descoberta de um novo local habitável.
Este é o mote de The Wild Blue Yonder, uma invulgar mistura de falso documentário e ficção científica proposta por Werner Herzog, o realizador alemão que por cá gerou algum interesse devido a Grizzly Man, de 2005 (que também tentava alargar o espectro do cinema documental).
Intrigante e inclassificável, o filme é narrado por um dos extraterrestres, que após uma chegada pouco auspiciosa à Terra se encontra a trabalhar para a CIA e orienta o espectador durante esta estranha experiência.
Combinando entrevistas, episódios do quotidiano dos astronautas, imagens de arquivo e sequências debaixo de água, The Wild Blue Yonder vale sobretudo pela originalidade desta fusão e não tanto – e infelizmente - pelos resultados que daí decorrem.
Há momentos com um inteligente sentido de humor - quase todos centrados no extraterrestre loser e resignado que conduz a acção -, assim como pontuais sequências impressionantes captadas no fundo do oceano, com um impacto visual a que é difícil resistir, contudo estas situações são fugazes momentos de interesse de um filme que não consegue conciliar uma pretensiosa vertente clever com cenas de um suposto teor poético e reflexivo.
A banda-sonora criada pelo violoncelista de jazz Ernst Reijseger torna-se repetitiva, e a narrativa, ultrapassado o factor-surpresa inicial, desenvolve-se com um ritmo sonolento e preguiçoso, tornando The Wild Blue Yonder num exercício auto-indulgente, com tanto de ousado como de falhado.
® Gonçalo Sá
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