domingo, novembro 13, 2005

A Lista de Schindler

Título Original:
"Schindler's List" (1993)

Realização:
Steven Spielberg

Argumento:
Steven Zaillian, adaptado da obra de Thomas Keneally

Actores:
Liam Neeson – Oskar Schindler
Ben Kingsley – Itzhak Stern
Ralph Fiennes – Amon Goeth
Caroline Goodall – Emilie Schindler

Capaz de nos despertar a curiosidade em relação ao futuro com filmes como Relatório Minoritário, por exemplo, capaz de nos levar às lágrimas com filmes como ET e capaz de nos proporcionar momentos de humor em filmes como Terminal de Aeroporto. Steven Spielberg é o que se chama de “realizador multifacetado”. No princípio dos anos 90 o eterno realizador de ET resolveu pegar numa temática mais pesada e séria: o holocausto dos judeus como medida (“solução final”) da demente ideologia racista nazi, e retratá-la de forma diferente dos filmes que até à época tinham sido feitos. Tal proeza valeu-lhe o reconhecimento da academia de Hollywood que lhe “ofereceu” quase duas mãos cheias de “Óscares”.


A partir da obra premiada de Thomas Keneally, escrita em 1982, o argumentista Steven Zailllian criou uma história que consegue manter-nos atentos e motivados até ao final do filme, ou seja mais de 185 minutos. A Lista de Schindler conta-nos a história de Oskar Schindler, membro do partido nazi, um industrial, um especulador e apaixonado por mulheres, que resolve aproveitar a mão-de-obra barata dos judeus para a sua fábrica de alumínio e tentar fazer fortuna com a 2ª Guerra Mundial. Com a ajuda do honesto contabilista judeu Itzhak Stern, consegue convencer alguns judeus do gueto de Cracóvia a aceitarem trabalhar para ele, pois só assim poderiam salvar-se das atrocidades cometidas pelos nazis. Entretanto Oskar tem de “contornar” a maldade do implacável Amon Goeth, oficial das SS (Secções de Segurança), que não hesita em matar ou mandar executar judeus pelos motivos mais ridículos, ou mesmo sem motivos. Goeth é possuidor de uma mente perversa e complexa que Oskar sabe bem explorar, subornando e sabendo servir-se da sua influência para salvar diversas vezes os judeus, devido a confusões de papelada e outros factores, dos campos de concentração ou câmaras de gás. Quando o dinheiro acabou, o negócio de Schindler faliu, no entanto ele acabou por salvar mais de mil judeus de morte certa e horrível durante o holocausto.


A mais-valia deste filme parece ser mesmo o facto de ter sido rodado com película a preto e branco, em que podemos ver o excelente trabalho do director de fotografia de Janusz Kaminski. As crueldades dos oficiais das SS contra os judeus do gueto, as mil e uma maneiras engenhosas com que os judeus usavam tentar salvar os seus bens e é claro, a própria vida, são-nos assim mostrados com um realismo que impressiona. De facto as muitas fotografias históricas que até hoje nos chegaram desta triste temática que mancha a negro a história da humanidade, são a preto e branco. Cada imagem do filme parece uma espécie de fotografia a três dimensões e a câmara que por vezes oscila a imagem dá-nos a sensação de interactividade, como se o realizador quisesse de facto por-nos a observar as coisas dentro do filme. A outra mais-valia do filme é mesmo o trio de protagonistas: Liam Neeson (Batman – O Início, Relatório Kinsey), Ben Kingsley (Ghandy e mais recentemente O Suspeito Zero) e Ralph Fiennes (Dragão Vermelho, O Fiel Jardineiro e brevemente vê-lo-emos como Lord Voldemort em Harry Potter e o Cálice de Fogo), sem desvalorizar o trabalho de vários actores com papéis secundários, porém importantes. Outro papel importante tem a inesquecível banda sonora “oscarizada” de John Williams.


A Lista de Schindler não é um filme a ver não só pela sua componente estética e fílmica, mas também pelo dinamismo do seu elenco no retratar do sofrimento de um povo e da podridão da ideologia nazi que fez milhões de vítimas. Não posso deixar de aconselhar aos mais curiosos a compra do DVD do filme com extras que recentemente adquiri e me inspirou neste comentário.

® Isabel Fernandes

4 Comments:

At 2:21 da tarde, Blogger Gustavo H.R. said...

Trata-se do melhor filme a que assisti em toda a miha vida. É um descalabro o fato de pessoas do nível intelectual de Godard e mesmo Kubrick acusarem-no de apenas "hollywoodianizar" as tragédias ocorridas naquele período.

 
At 3:35 da tarde, Blogger Carlos M. Reis said...

É um dos melhores filmes de sempre. Ponto final parágrafo.

Cumprimentos.

 
At 8:53 da tarde, Anonymous Anónimo said...

é um filme que marca!

 
At 7:53 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Para mim é um filme fantastico, não canso de assistir. Gostaria de saber onde posso encontrar a trilha sonora do filme.

Mei nome é Saulo
Meu e-mail py7eg@ig.com.br

 

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