quinta-feira, novembro 15, 2007

30 Dias de Escuridão

Título Original:
"30 Days of Night" (2007)

Realização:
David Slade

Argumento:
Steve Niles & Stuart Beattie

Actores:
Josh Hartnett - Eben Oleson
Melissa George - Stella Oleson
Danny Huston - Marlow
Mark Rendall - Jake Oleson


Baseada na novela gráfica de Steve Niles e Ben Templesmith, a história de “30 Dias de Escuridão” situa-se em Barrow, uma pequena cidade nas terras geladas do Alasca. Todos os Invernos o sol esconde-se durante 30 dias, ficando a cidade mergulhada na escuridão como uma noite sem fim.

No último dia de sol, a maior parte dos habitantes deixa Barrow e parte para sul. Para os que ficam uma nova e desagradável companhia espera-os. O primeiro sinal é a morte de todos os cães que puxam trenós, depois a electricidade é cortada e os telemóveis não têm rede. Os veículos ficam inutilizados. Os habitantes, incluindo o Xerife Eben (Josh Hartnett) e a sua mulher Stella (Melissa George), ficam sem meios de poder fugir da cidade. É então que “eles” aparecem…

“Eles” estiveram muito tempo escondidos na sombra até descobrirem aquela cidadezinha, aquela perfeita cidadezinha onde podem aproveitar 30 dias de trevas, sem correrem o risco de se queimarem por causa do sol. Ansiosos por um banquete sanguinário, os vampiros atacam os habitantes de Barrow.

O grupo de sobreviventes liderados pelo xerife procuram um esconderijo seguro, na esperança de que todos possam sobreviver até que o sol volte a nascer. É claro que isso não acontece e o grupo vai-se reduzindo pouco a pouco.

Esqueçam o que sabem sobre vampiros. Esqueçam as apenas duas marcas de dentadinhas num pescoço. Esqueçam a elegância de vampiros interpretados no cinema, como Gary Oldman em “Drácula de Bram Stoker”. Esqueçam os vampiros belos e quase bonzinhos como Brad Pitt em “Entrevista com o Vampiro”.

Os monstros deste filme não são comuns vampiros de velhas histórias que perduram no tempo. E têm até o seu próprio dialecto. Não mordem as pessoas com dois dentinhos afiadinhos apenas, o número de dentes caninos que têm para as “mordidelazinhas” dão para deixar as vítimas em mau estado. Neste filme a praga a exterminar não são os vampiros, são os humanos…

“30 Dias de Escuridão” tem algumas cenas que sobressaltam, o problema é que são só mesmo algumas. O filme é mais interessante do que outros que por aí são, ou já foram, exibidos e que têm jorros de sangue grátis incluídos a cada cinco minutos da película. É um grande favor que nos fizeram os responsáveis pela caracterização dos “seres malignos” deste filme, o facto de o aspecto dos vampiros não nos fazer rir à gargalhada, como em muitos filmes que já vimos.

O que falta no filme, então? Algo que nunca tenhamos visto anteriormente. A luta pela sobrevivência dos habitantes que restam na cidade de Barrow é afinal de contas um simples jogo das escondidas (ou esconde-esconde, como queiram). Os humanos escondem-se e os monstros procuram-nos, se os primeiros conseguem um bom esconderijo sobrevivem, caso contrário, mal ponham o pézinho de fora estão tramados.

Dois argumentistas adicionaram vários ingredientes no argumento cozinhado, mas não conseguiram um prato saboroso o suficiente para nos deixar 100% satisfeitos, faltava um ingrediente especial. Qual? Insisto mais uma vez: algo que nunca tivéssemos visto antes.

Provavelmente este não será um filme de culto, mas pelo menos foi uma boa tentativa. Pensem que sairão da sala de cinema sem dizerem que o dinheiro que deram pelo bilhete foi em vão.

® Isabel Fernandes