Realizador da Semana: Jean Vigo

Apesar de alguma renitência resolvi falar-vos de Jean Vigo, um realizador de apenas 3 curtas e 1 longa-metragem, visto sentir que devo fomentar diversidade e também porque, ele, é um grande nome de culto do cinema dos 30’s e o seu impacto foi notório.

Nascido em Paris em 1905 onde também morreu antes de completar 30 anos, Jean Bonaventure de Vigo Almereyda, filho de um anarquista militante assassinado na prisão quando o primeiro tinha 12 anos (acontecimento do qual nunca recuperou totalmente) e abandonado uns tempos depois pela mãe, teve uma infância traumaticamente infeliz pautada por problemas respiratórios, vivendo em vários hospitais e passando de escola para escola demasiado repentinamente.

O seu primeiro filme, A Propósito de Nice, revelou um apurado poder crítico ao apresentar o contraste injusto entre ricos e pobres; um ano depois era a vez do perfil de um nadador servir como estudo de ritmo e efeitos cinemáticos com o inventivo para a época Taris, Campeão de Natação; seguiu-se Zero em Comportamento, escolarmente autobiográfico que, banido até 1945, inspirou profundamente vários realizadores da Nouvelle Vague.

Acabou a carreira com a longa romântica Atalante, celebração lírica de um conto de fadas num mundo industrial que transborda a poética realista do seu cinema.

Descubram-no…

® Artur Almeida