domingo, março 20, 2005

O Fantasma Da Ópera

Título Original:
"Phantom of the Opera" (2004)

Realização:
Joel Schumacher

Argumento:
Gaston Leroux ("Le Fantôme de L'Opéra"), Andrew Lloyd Webber & Joel Schumacher

Actores:
Gerard Butler - O Fantasma
Emmy Rossum - Christine



O Fantasma da Ópera é um dos famosos musicais de Andrew Lloyd Webber, adaptado da obra de 1920 de um escritor francês, que estreou há quase duas décadas e contou com aproximadamente 70 milhões de telespectadores nas grandes salas de Londres e de Nova Yorque. Há muito que Andrew Lloyd Webber demonstrava interesse em que esta sua obra-prima musical fosse adaptada ao cinema, e finalmente encontrou em Joel Schumacher ("Cabine Telefónica") o realizador ideal que respeitou o musical, sem desvios à história original e com uma componente visual/cénica irrepreensível.

Destaco uma das primeiras cenas, a preto e branco, em que um luxuoso e enorme candeeiro da "Opera Polulaire de Paris"começa a subir e ao mesmo tempo o cenário do teatro vai-se reconstruindo pouco a pouco e a imagem passa a ser a cores, e a história da lendária figura do Fantasma da Ópera (1870) começa a ser contada.
É de realçar a boa aposta no trio de personagens principais, que não são famosas e no entanto brindam o público com excelentes interpretações: Gerard Butler (Fantasma da Ópera), Emmy Rossum (Christine Daae) e Robert Patrick (Visconde), e são mesmo eles que dão voz aos temas que interpretam.

Considero que este filme está bem conseguido em termos de como a história de um fantasma que afinal é um homem de carne e osso vítima da maldade dos homens, que esconde o seu rosto deformado atrás de uma máscara e vive em segredo em passagens secretas do teatro. Sem o exagero de anteriores adaptações em termos de realçar somente a monstruosidade e maldade desta personagem este filme mostra-nos a sua vertente humana como um ser que não odeia unicamente mas também sabe amar.

Enfim, todos estes aspectos contribuem para que, pouco tempo depois do filme começar nos esqueçamos que estamos numa sala de cinema e passemos para uma sala de espectáculos imaginária onde nos dá vontade de aplaudir como se as cenas fossem representadas ao vivo.

Com filmes destes o cinema americano pode ir mais longe em termos de qualidade, volto a referir o importante aspecto de não se fazerem só filmes com forte componente "comercial" (pensando somente em ganhos, publicitando muito o filme, ou fazendo acordos milionários com certas marcas para que uma personagem use determinado produto) ou com espectaculares efeitos especiais e ocas narrativas.

Este fantástico filme que dá mostras de que há cinema americano de qualidade, desprendido de "comercialismos".

® Isabel Fernandes