Chocolate
Título Original: "Chocolat" (2000) Realização: Lasse Hallstrom Argumento: Joanne Harris & Robert Nelson Jacobs Actores: Juliette Binoche – Vianne Rocher Alfred Molina – Comte De Reynaud Johnny Deep - Roux Judi Dench - Armande Voizin |
Após o espantoso The Cider House Rules (Regras da Casa), Lasse Hallsröm deu seguimento à sua carreira com Chocolat (Chocolate), um filme simples, tocante, bonito, uma pequena pérola como já fazia falta no cinema na altura do seu lançamento, 2000.
Vianne é uma misteriosa personagem que, acompanhada pela filha, chega a uma pequena e pacata aldeia de França no Inverno de 1959. Após alugar uma pequena loja abre uma chocolataria que muito rapidamente dá que falar, é que o conde de Reynaud, um nobre residente e protector dos bons costumes, não vê com bons olhos a tentação que a loja representa em plena época de quaresma. Decidida a lutar pelo que acredita Vianne irá enfrentar, contra tudo e todos, os preconceitos e tradições que reinam à séculos naquela aldeia.
Partindo do romance com o mesmo nome de Joanne Harris a grande magia do filme está na sua simplicidade. Sem grandes efeitos especiais, sem twists finais dramáticos, Lasse Hallsröm presenteia-nos com uma obra dependente da performance dos actores e de uma história que é, acima de tudo, bonita! E bonita é de facto o lexema ideal para descrever a história. E se nos tempos que correm a palavra possui um sentido muito perjurativo, é no seu sentido mais literal que a uso! A fotografia é bonita, a história é bonita, as personagens (na sua maioria) são bonitas, resumindo, tudo é b-o-n-i-t-o! E quem não aprecia ver um filme que possui um final feliz de quando em vez, perante todas as dificuldades que no presente nos confrontam, notícias desagradáveis cada vez que ligámos a televisão é bom, nem que seja de vez em quando, apercebermo-nos que, no meio de toda esta tempestade, também há abertas, pequenos espaços de tempo em que o sol brilha e sentímo-nos felizes pois o calor desse brilho aquece os nossos corações e a vida não aparenta ser tão complicada.
É essa a grande proeza do fime, fazer-nos sentir bem, com nós próprios, com a vida, pelas simples pequenas coisas da vida que tão rapidamente esquecêmos pois tomámo-las como certas! Devido a essa mesma capacidade de conseguir fazer-nos acreditar novamente que há esperança, que é possível haver mais na vida para além da miséria com que somos todos os dias bombardeados, Chocolate é uma daquelas obras que aconselho vivamente e sem qualquer tipo de restrições, para mim, para si que lê e para todos aqueles que podem usufruir de um simples luxo como é a possibilidade de visualizar um filme no conforto da nossa sala, sem ter a preocupação de pensar em nada mais e entregar-se simplesmente à magia do cinema.
® Bruno Sá
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