sexta-feira, setembro 08, 2006

Águas Passadas

Título Original:
"Dark Water" (2004)

Realização:
Walter Salles

Argumento:
Kôji Suzuki, Hideo Nakata, Takashige Ichise & Rafael Yglesias

Actores:
Jennifer Connelly - Dahlia
John C. Reilly - Mr.Murray
Tim Roth - Jeff Platzer
Dougray Scott - kyle


Remake do original japonês Honogurai Mizu No Soko Kara de Hideo Nakata, Águas Passadas conta-nos a história de Dahlia Williams (Jennifer Connelly) que está a meio de um complicado processo de divórcio. Por esse motivo, muda-se com a filha para um novo complexo de apartamentos noutra zona da cidade. Surpreendentemente, no andar de cima do andar onde elas moram começam a surgir estranhas e diversas inundações, mas Dahlia desconfia que isto é apenas a ponta do iceberg...

E como é bom voltar a ver Jennifer Connelly num papel principal e com uma boa interpretação! E a ela juntaram-se ainda John C. Reilly, Tim Roth, Pete Postlethwaite e Dougray Scott. De facto, Walter Salles teve sorte em conseguir reunir um elenco desta categoria e logo no seu primeiro filme em língua inglesa, pois são de facto as suas interpretações que salvam Águas Passadas da desgraça...

Merecedores de nota positiva são ainda o director de fotografia Affonso Beato, a música de Angelo Badalamenti e o editor de montagem Daniel Rezende (que já tinha trabalhado com Walter Salles no fabuloso Cidade De Deus), ambos com um trabalho notável na concretização deste filme.

Não vi a versão japonesa de Nakata e como tal, não tenho termo de comparação, mas o trailer prometia uma obra bem melhor. Com um argumento por vezes interessante e outras vezes débil, Águas Passadas tem alguns clichés dentro do género (como a da "família desfeita") e um final que deixa muito a desejar e com mais perguntas que respostas em relação ao que realmente terá acontecido.

No entanto, o conhecido realizador brasileiro referiu que os estúdios de Hollywood lhe alteraram o argumento, interferindo na narrativa e mudando o final que Salles desejava. E é talvez por essa razão que o filme vê-se bem, mas esquece-se com igual facilidade, o que não abona nada a seu favor. Promete muitos sustos, mas no fundo não assusta o suficiente o que nos provoca uma sensação de vazio ao chegar o The End da praxe.

Para concluir aconselho, apesar de todos os seus defeitos, a ver Águas Passadas pelo menos uma vez, mais não seja por ser sempre um prazer voltar a ver Jennifer Connely no grande écrã!

® Mário Lopes