quinta-feira, março 31, 2005

Dogma

Título Original:
"Dogma" (1999)

Realização:
Kevin Smith

Argumento:
Kevin Smith

Actores:
Ben Affleck - Bartelby
Matt Damon - Loki
Linda Fiorentino - Bethany
Selma Hayek - Serendipity


Dogma é a história de dois anjos, Bartelby e Loki, que foram expulsos do céu pelo próprio Deus, mas que vêem agora no aparecimento do movimento “Catolicismo Uau”, a oportunidade de regressar a “casa”. Porém, isso desencadearia uma grande mudança, pois mostraria que Deus errara ao expulsá-los do céu.
Aqui surge Bethany, uma mulher que perdera a crença religiosa, mas que de repente é confrontada com o facto de ser descendente directa de Jesus e que é dela a missão de salvar o Mundo. Seguem-se uma série de peripécias em que Bethany vai encontrando vários ajudantes: dois profetas muito malucos (Jay e Silent Bob), um 13º apóstolo (Rufus) que foi esquecido na história por ser negro, uma musa inspiradora (Serendipity), para além do mensageiro de Deus (Metatron) e de um demónio (Azrael) que lhes tenta dificultar a vida.

Trata-se de uma visão muito diferente da “realidade” religiosa, fruto do imaginário de Kevin Smith, que conta uma história recheada de situações/momentos cómicos e irónicos. Este filme questiona certos dogmas da religião católica, não só pela introdução das referidas personagens, mas também porque apresenta a Igreja como um meio de propaganda. A nova imagem de Jesus Cristo criada pelo “Catolicismo Uau”, em que Jesus pisca o olho e levanta o dedo polegar, simboliza a propaganda levada ao extremo.
Dogma é um filme de que se gosta ou que se odeia. Eu sou um dos que gosta.

Talvez devido à temática da religião este filme foi muito criticado, quer dentro da Igreja, quer pelas pessoas que o visionaram. De facto, vir dizer que havia um 13º apóstolo negro, que Deus é uma mulher e que Jesus teve descendentes é algo que não encaixa na cabeça de muita gente, atendendo a que o filme é de 1999, porque hoje em dia fala-se bastante da (possível) descendência de Jesus. Assim, muitas das críticas deste filme prendiam-se com o tema e não propriamente com a sua qualidade.

No entanto, esses críticos, não devem ter reparado no final do filme, que transmite uma mensagem de fé, ou simplesmente nem souberam interpretar o filme.
Outros filmes do realizador são: Clerks (1994), Mallrats (1995) e Chasing Amy (1997).

® Rui Silva