quinta-feira, janeiro 12, 2006

Infiel

Título Original:
"Unfaithful" (2002)

Realização:
Adrian Lyne

Argumento:
Claude Chabrol, Alvin Sargent & William Broyles Jr.

Actores:
Diane Lane - Constance 'Connie'/'Con' Sumner
Erik Per Sullivan - Charlie Sumner
Richard Gere - Edward 'Ed' Sumner
Olivier Martinez - Paul Martel


Richard Gere, Diane Lane e Olivier Martinez protagonizam esta intensa história de paixão, traição e auto-destruição.

Unfaithful, no seu título original, é um filme realizado por Adrian Lyne (Proposta Indecente, Atracção Fatal) onde uma simples história de relações cruzadas se transforma num thriller de proporções inesperadas.

Connie (Lane) e Edward (Gere) vivem o típico casamento onde já muito pouca coisa é posta em causa. Casados há onze anos, com um filho e vidas confortáveis, a sua estabilidade é porém abanada quando Connie se envolve num tórrido caso extra-conjugal com um estranho – Paul Martel (Martinez), um misterioso e sedutor livreiro. O que acontece é que essa relação acaba por sair fora do controle de todos os envolvidos – Connie, pouco cuidadosa, começa a ser vigiada pelo marido desconfiado, e a situação ganha contornos inquietantes.

Infiel é, basicamente, a narração acerca de como um simples caso de adultério pode adquirir uma dimensão assustadora e afectar várias vidas ao mesmo tempo. O que o realizador faz é, pois, usar três personagens centrais para descrever, de forma extremamente realista, o processo “causa-efeito” desencadeado a partir do “deslize” de Connie, a esposa leal consumida pelo sentimento de culpa mas também a mulher cheia de desejos que embarca numa paixão desmedida sem medir as consequências.

Diane Lane está, aqui, absolutamente irrepreensível – cada trejeito, cada expressão, revelam a ambiguidade em que se encontra a sua personagem, dividida entre a dedicação à família e o despertar da sua sensualidade e sexualidade. Igualmente a relação entre ela e Martinez é mostrada com uma surpreendente carga emocional e intensamente reproduzida no ecrã, chegando a ser perturbante para quem a ela assiste. A atracção entre ambos, visceral e irresístivel, desde logo se demarca dos pilares de amor e respeito em que assenta a relação marital entre Connie e Edward, e que a certa altura se tornam frieza, mentira, vingança.

Filmado de forma não óbvia, com a câmara no lugar de carrasco que vê de longe ou que invade, de súbito, o espaço íntimo, com planos gerais aproximados ou focagem em pequenos detalhes, Infiel é uma surpresa cinematográfica tanto pelos desempenhos (Gere inova e bem no papel de marido traído, em vez de ser o sedutor habitual, Lane é tudo o que já se disse e Martinez irradia carisma com a sua aura enigmática e magnética) como pelo desenvolvimento da história, que sem ser pretensiosa e sem cair em facilidades (a exploração das cenas íntimas está bem doseada, sem exageros) beira simultaneamente o drama e o thriller, parecendo que em certos momentos o espectador leva um murro no estômago. Exemplo é a cena do confronto entre o marido e o amante, que certamente não deixará ninguém indiferente – como, de resto, o filme no seu todo.

® Andreia Monteiro

3 Comments:

At 12:20 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Vi este filme quando estreou no cinema e na altura recordo-me de ter gostado muito dele. No entanto achei que o final fosse inesperádo. Pessoalmente, trata-se de um bom filme mas não tão bom.

 
At 12:22 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Um filme impresionante e com um final surpreendente mas lindo.

 
At 10:02 da manhã, Blogger afcross said...

Adorei o Filme. Será complicado alguém fazer outro filme tão bom quanto este. Os angulos de filmagem escolhidos, a intensidade expressa pelos personagens, o enredo. Será muito complicado algum outro ultrapassar este.

 

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