sexta-feira, junho 10, 2005

Azul Escuro

Título Original:
"Dark Blue" (2002)

Realização:
Ron Shelton

Argumento:
David Ayer & James Ellroy

Actores:
Kurt Russel - Eldon Perry
Scott Speedman - Bobby Keough
Michael Michele - Beth Williamson
Ving Rhames - Arthur Holland



Dark Blue foi na altura um filme que despertou o meu interesse única e simplesmente pelo actor principal, Kurt Russel. Muita gente falava de uma suposta cópia de péssima qualidade de Training Day mas mesmo com essas críticas pouco abonatórias a zumbir nos ouvidos decidi que ia ver Dark Blue e ponto final. Quando saí da sala cinema um sorriso de orelha a orelha cobria a minha cara: - “Ainda bem que falaram tão mal do filme!” – pensava eu...

O filme anda à volta de um veterano e duro polícia de L.A. interpretado por Kurt Russel e o novo rookie que lhe foi confiado, Scott Speedman. Num clima de grande tensão (o filme decorre em 1992 por altura dos tumultos causados pelo caso Rodney King) Russel vai tentar ensinar a Speedman as máximas vigentes na polícia, corrupção e intimidação, enquanto luta contra os seus próprios demónios...

Este filme tem os seus grandes trunfos nas interpretações e no argumento, apresentando-se assim como uma obra sólida, bem construída que nada tem de genial nem tão pouco de horrível. Ao contrário daquilo que muitos proclamaram a alto e bom som este filme não tem tanto assim em comum com Training Day. Sim tem polícias e sim tem um rookie e sim o protagonista não é uma personagem “boa” mas quantos filmes não existem assim? Dark Blue possui uma natureza muito própria podendo-se inclusíve afirmar que é um policial, na verdadeira essência do género.

Uma das outras grandes qualidades do filme é a posibilidade de ver Kurt Russel a interpretar, finalmente, um papel decente, bem escrito e à altura de um dos, na minha opinião, mais ignorados actores da sua geração. Para todos os fanáticos de Russel que ainda não tenham tido a possibilidade de visualizar nos últimos anos um papel de qualidade da parte deste, Dark Blue é indiscutivelmente a vossa grande possibilidade.

Para concluir posso apenas reafirmar novamente que estámos perante um bom filme, ignorado por muitos, odiado por outros, mas que, julgo, merece uma oportunidade por todas as qualidades que lhe estão inerentes. A edição nacional DVD não é má possuindo uma boa qualidade de som e imagem e alguns extras engraçados.

Até para a semana e bons filmes...

® Bruno Sá