sexta-feira, abril 15, 2005

Vertigo

Título Original:
"Vertigo" (1958)

Realização:
Alfred Hitchcock

Argumento:
Alec Coppel & Samuel Taylor

Actores:
James Stewart – John "Scottie" Ferguson
Kim Novak – Madeleine Elster/Judy Burton
Barbara Bel Geddes - Marjorie "Midge" Wood



Decidi começar a minha colaboração neste maravilhoso projecto “cine7” falando daquele que é considerado por muitos um dos melhores filmes de todos os tempo: Vertigo – A Mulher Que Viveu Duas Vezes de Alfred Hitchcock.

Lançado em 1958 e baseado no livro “D'Entre les Morts” de Pierre Boileau e Thomas Narcejac, o filme conta a história de John 'Scottie' Ferguson (James Stewart), um detective reformado após um acidente durante uma perseguição policial. Aborrecido com a vida que leva e ansioso por voltar a trabalhar, Scottie é contactado por um velho amigo que pede-lhe que siga a sua mulher, Madeleine (Kim Novak), pois desconfia que ela é por vezes possuída pelo espírito da sua falecida avó e receia que algo lhe aconteça. Quando Scottie assiste a uma tentativa de suicídio por parte dela e salva-a, nasce entre os dois uma estranha relação e iniciam uma investigação às raízes da familia de Madeleine que os conduz a uma abadia. Em sequência de um ataque de pânico, Madeleine foge para o topo de um campanário de onde cai e morre. Afundado em sentimentos de culpa por não a ter salvo, Scottie entra em depressão até que um dia encontra uma rapariga, Judy (Kim Novak), que possui uma semelhança incrível com Madeleine... contar mais seria estragar a surpresa, logo, fico por aqui!

Vertigo é tido como a mais complexa e surreal obra de Hitchcock e, com efeito, após a visualização atenta do filme sentímo-nos atraídos a voltar ao mesmo, a revisitar uma e outra vez as diversas camadas que o constituem de modo a descobrir todos os pequenos pormenores que fazem dele uma das maiores obras-primas da 7ª arte. Dotado de uma cinematografia fora-de-série pelo “mestre” Robert Burks, uma banda sonora de sonho por Bernard Herrmann que adapta-se ao ambiente na perfeição e a sempre suprema realização de Alfred Hitchcock este é um clássico a não perder, uma obra a descobrir por todos os que amem cinema ou apenas por aqueles que apreciem um bom filme. Destaque-se ainda que é neste filme que o famoso efeito de vertigem, usado constantemente em outros filmes, é utilizado pela primeira vez, mais uma vez pela mão do sempre revolucionário Robert Burks.

Vertigo – A Mulher Que Viveu Duas Vezes foi em 1958 nomeado para dois Oscars, melhor direcção artística e melhor som, acabando por não ganhar nenhum deles. Sem qualquer surpresa, o verdadeiro reconhecimento ao filme acabou por chegar, não dos E.U.A., mas sim da Europa, mais especificamente de Espanha, no San Sebastían International Film Festival onde Hitchcock ganhou um prémio pela realização e James Stewart o prémio de melhor actor. Para finalizar um elogio à versão em DVD disponibilizada em Portugal que é completamente restaurada e recheada de fantásticos extras o que, como infelizmente se sabe, nem sempre acontece nas edições nacionais.

® Bruno Sá

3 Comments:

At 6:20 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Olá. Acho que começaste muito bem a tua participação neste blogue, em que também tenho a satisfação de participar. Sempre ouvi maravilhas sobre "o mestre" Hitchcock e há algum tempo tive a sorte de adquirir (em dvd com extras!) dois dos seus muitos filmes, incluindo "Vertigo", ao qual te referes. Ao vê-lo senti que os filmes antigos têm uma magia especial (actores, história...), ainda mais quando são tão bem trabalhados e nos fazem pensar um pouco. Espero redescobrir Hitchcock pouco a pouco porque realmente vale a pena.
Cumprimentos.

 
At 10:45 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Estranhemente tinha postado aqui um comentário e, sabe-se lá porquê, vejo agora que se sublimou... Enfim, reproduzindo: concordo com tudo o que já foi dito, "Vertigo" é uma obra-prima incondicional, muito possivelmente, o melhor filme de Hitchcock. E é sempre tão doloroso dizer isto, como se tivesse a pôr de lado filmes como "North by Northwest", "The Rope", "39 Steps", "Rear Window", " Shadow of a Doubt" ( o filme favorito de Hitchcock), "Spellbound", "Strangers on a Train", "Psycho", "Birds", o muito esquecido "Frenzy"! etc e etc... Enfim, é O mestre.
PS: Curiosamente vi há dias, pela primeira vez, o "Trouble With Harry" que é um exercicio de humor negro absolutamente atordoante por tão macabro... Seguramente, a comédia mais negra que vi.

Cumprimentos

 
At 11:33 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Boas a ambos! Agradeço desde já os simpáticos comentários aqui por vós colocados. De facto julgo que Hitchcock é muito provavelmente o maior realizador de todos os tempos por uma simples razão: dificilmente existiu ou existe alguém que domine a "linguagem" cinematográfica como ele o fez! Espero Isabel que de facto continues a descobrir com entusiasmo o legado de Hitchcock pois verás que vale muito a pena! Quanto ao teu post Luís, ele de facto desapareceu mas não por obra do espírito santo ;) Quando fiz uma pequena correcção ao texto ele sumiu logo, sorry, mas a culpa foi de facto minha! Ainda bem que gostaste do "The Trouble With Harry", considerado o mais inglês dos seus filmes americanos. Dentro do mesmo género, embora não com a mesma mestria, tens o "Family Plot". Ainda dentro de Hitchcock, se ainda não tiveste hipótese, aconselho o "Marnie" também ele um filme brilhante, com uma carga psicológica muito forte e alguns dos mais brilhantes exemplos da suprema utilização de câmara de Hitchcock na criação de suspense. Cumprimentos a ambos e obrigado pelos comments ;)

 

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