Super-Homem: O Regresso

Título Original: "Superman Returns" (2006) Realização: Bryan Singer Argumento: Michael Dougherty & Dan Harris Actores: Brandon Routh - Clark Kent/Superman Kate Bosworth - Lois Lane Kevin Spacey - Lex Luthor James Marsden - Richard White Parker Posey - Kitty Kowalski

Após alguns anos de um misterioso desaparecimento, Super-homem retorna ao planeta Terra. Porém a situação em Metrópolis está bastante mudada desde que o Homem de Aço deixou o planeta, pois a cidade acostumou-se a viver sem ele. Além disto Lois Lane, a sua grande paixão, seguiu a sua vida após o desaparecimento do herói. Ao mesmo tempo em que precisa de se adaptar à nova realidade, Superman precisa enfrentar um antigo inimigo, que planeia um meio de acabar com ele de uma vez por todas, o temível Lex Luthor, acabado de sair da cadeia…

O título do filme não poderia estar mais apropriado: Super-Homem: O regresso, pois de facto, trata-se essencialmente do regresso aos bons velhos tempos do super-herói de capa vermelha, com inúmeras referências mais ou menos directas aos filmes clássicos protagonizados pelo saudoso Christopher Reeve. Até o tema musical de John Williams, característico dos filmes de Super-Homem e que seguramente todos conhecemos e estamos familiarizados é repetido neste ansiado regresso, ou imagens de arquivo de Marlon Brando são resgatadas para esta nova versão.

Realizado por Bryan Singer (Os Suspeitos do Costume, X-Men), o regresso do homem de aço criou inúmeras expectativas. O certo é que o realizador, que abandonou a terceira parte de X-Men, para se concentrar na nova adaptação de Super-Homem ao grande écrân, consegue um agradável equilíbrio, entre a parte narrativa e os efeitos especiais, providenciando uma abordagem mais moderna ao herói da BD.

Superman Returns, não se trata de um remake. Singer situa a acção após Superman 2, na qual o nosso herói regressa a Terra após um período de meditação de seis anos, onde muita coisa mudou: Lex Luthor saiu da prisão devido a não comparência de super-homem como testemunha, Lois Lane foi mãe de um rapaz e até Metropolis parece já se ter esquecido do seu herói favorito. Brian Singer preocupa-se bastante com a parte sentimental e conflitos pessoais de Super-Homem, o que lhe dá uma dimensão mais humana e o aproxima do espectador. A par desta abordagem, as cenas de efeitos especiais por computador não desiludem.

Como Super-Homem, temos o desconhecido Brandon Routh, que nos remonta para alguns tiques e expressões a lembrar Christopher Reeve. Está irrepreensível tanto na pele de Super-Homem, como na pele do alter-ego, Clark Kent. Quanto a Lois Lane, confesso que me sentia um bocado desconfiado na escolha de Kate Bosworth para o papel. O certo é que a actriz safa-se bastante bem, cria uma Lois Lane bastante moderna, dividida entre o amor que ainda sente pelo Super-Homem e pelo homem com que vive, e tem uma química muito forte no écrân com Brandon Routh. Quanto ao vilão Lex Luthor, está mais sinistro que nunca na pele do magnífico Kevin Spacey. No entanto, na minha opinião, não faz esquecer Gene Hackman, embora a abordagem que Spacey deu ao personagem é bem mais sinistra e séria.

Super-Homem: O Regresso pauta-se por uma abordagem diferente a nível de argumento, com a introdução de certas intrigas que amadurecem a história. No entanto, Brian Singer não esquece nem a BD nem os filmes originais, que tanto sucesso tiveram com o malogrado Christopher Reeve, porque a história repete-se e não poderia ser de outra forma: Superman salva o mundo do terrível Lex Luthor. Mas não é isso a essência do Super-homem? No fundo, trata-se de uma abordagem moderna ao herói da Marvel, sem esquecer os traços clássicos que fizeram história e sucesso na sétima arte. Sem dúvida um regresso saudado e com certeza terá continuação…

® Sérgio Lopes