segunda-feira, julho 17, 2006

Barry Lyndon

Título Original:
"Barry Lyndon" (1975)

Realização:
Stanley Kubrick

Argumento:
Stanley Kubrick & William Makepeace Thackeray

Actores:
Ryan O'Neal - Barry Lyndon
Marisa Berenson - Lady Lyndon
Patrick Magee - The Chevalier de Balibari
Hardy Krüger - Capt. Potzdorf


A determinação na vida do jovem irlandês Redmond Barry (Ryan O’Neal) é a de se tornar num homem nobre. Perseguindo o seu sonho, alista-se no exército britânico para combater na Guerra dos Sete Anos. È desertado e acaba como espião na Prússia. Ao longo de toda a sua jornada mente e ludibria tudo e todos para conseguir subir na alta sociedade europeia do século 18. Mas quem sobe, também depressa cai em desgraça…

Stanley kubrick. O mestre perfeccionista do cinema, traça um retrato duro e cruel do trajecto de Redmond Barry desde os seus tempos de adolescente, até à ascensão à nobre burguesia e consequente queda em desgraça. Durante mais de três horas Kubrick, constrói uma película baseada no conto de William Makapeace Thackeray, considerada uma das obras “menores” do cineasta, embora no meu entender, para além de ser uma das mais belas a nível estético, é também perfeita quer a nível técnico.

Apesar da sua longa duração, todos os planos parecem ter o tempo correcto. Kubrick nunca tenta apressar os acontecimentos, deixando fluir a narrativa no timing correcto. Isto é, apesar de longo, nunca é enfadonho ou aborrecido. A meticulosa reconstituição de época é extraordinariamente bem recriada pelo cineasta suportada por uma guarda-roupa perfeito e adequado à era onde decorrem os acontecimentos. Destaque igualmente para a música clássica de Schubert, que se adequa perfeitamente a cada plano.

A fotografia é magistral. Para a história da sétima arte ficam os incríveis planos de interior, filmados única e exclusivamente sob a luz natural das velas, sem qualquer uso de luz artificial adicional. Kubrick utilizou umas lentes que a NASA descontinuou e adaptou-as para obter planos únicos, o que levou a planos de câmara com a maior abertura de diafragma na história do cinema.

O actor principal, Ryan O’Neil, como em todos os filmes de Kubrick, é tão bem dirigido, que apresenta uma performance perfeita. È incrível como actores que integram os filmes de Kubrick têm interpretações tão poderosas e depois parece que ficam quase como que marcados e nunca conseguem atingir o estrelato nas suas carreiras. Estou-me a lembrar por exemplo de Malcolm Macdowell e da sua fabulosa criação em Laranja Mecânica, uma das mais extraordinárias performances da história do cinema e depois… nada de muito importante na sua carreira!

Barry Lyndon, venceu os Óscares para melhor fotografia, guarda-roupa, direcção artística e banda-sonora, tendo perdido os Óscares para melhor realizador, filme e argumento adaptado. Ainda assim, Barry Lyndon, tem o seu lugar ao lado das outras obras memoráveis e épicas de Kubrick, como por exemplo Laranja Mecânica ou 2001. Em Barry Lyndon, cada cena é uma pintura em tela, em movimento, é um plano belo e único, um filme imperdível e mais uma película memorável do melhor realizador de todos os tempos, Stanley Kubrick.

® Sérgio Lopes

2 Comments:

At 2:06 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Excelente crítica..a ,sem dúvida, um dos melhores realizadores de todos os tempos :)

Abraço e bons filmes
André

 
At 8:11 da tarde, Blogger Sérgio Lopes said...

Obrigado pelos elogios André.

Kubrick é simplesmente um génio!

Abraço

Sérgio Lopes

PS: Passa no cineasia...

 

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