segunda-feira, junho 26, 2006

Asylum – A Casa da Loucura

Título Original:
"Asylum" (2005)

Realização:
David Mackenzie

Argumento:
Patrick McGrath & Patrick Marber

Actores:
Natasha Richardson - Stella Raphael
Hugh Bonneville - Max Raphael
Gus Lewis - Charlie Raphael
Ian McKellen - Dr. Peter Cleave


Stella Raphael (Richardson), uma mulher inquieta e bonita, deseja desesperadamente encontrar o amor, a única coisa que mudará tudo. Quando o seu marido Max (Bonneville), um psiquiatra forense ambicioso, é nomeado superintendente de um hospital psiquiátrico de alta segurança para criminosos loucos, Stella e o filho vêm viver com ele. A proximidade da loucura exerce uma atracção perigosa sobre esta mulher. Então conhece o recluso Edgar Stark (Csokas), um artista preso pelo assassinato da mulher num ataque de ciúmes, e entre eles nasce uma atracção visceral.

Asylum - A Casa da Loucura é a adaptação do livro de Patrick Macgrath, sobre a obsessão de uma mulher por um homem presumivelmente louco, cativo num hospital psiquiátrico. Decorrendo nos anos 50, onde o adultério por parte de uma mulher era um escândalo ultrajante, Asylum apresenta um argumento com várias camadas e bastantes indefinições, o que no geral lhe confere alguma ambiguidade e consequentemente, deixa bastantes coisas por responder, o que leva o espectador a ficar um pouco confuso.

Contando com um elenco britânico forte, no qual Ian Mackellen tem mais uma performance exemplar, no entanto, os personagens nunca são verdadeiramente desenvolvidos, apesar do esforço positivo de todo o elenco.

A realização de David Mackenzie ('Young Adam') tenta capturar a veia poética de Macgrath, o que é conseguido a espaços, graças não só aos excelentes textos da obra que lhe deu origem, bem como ao argumentista Patrick Marber, responsável pelas versões teatrais e cinematográficas de Closer. O filme também apresenta uma fotografia de época bem conseguida, com a luminosidade e os tons negros certos, para o ambiente sinistro adequado.

O maior problema reside na montagem da película que em vez de unir acontecimentos linearmente, apenas os vai anexando, criando alguma confusão ao espectador. Asylum move-se por entre o drama, o thriller e algum erotismo, talvez pelo facto de o realizador pretender um filme complexo. Não o conseguiu. Apesar de tentar sê-lo, no final acaba por ser algo previsível para o olhar mais atento. Resumindo, para quem gosta de filmes com ambientes algo depressivos e sinistros, Asylum é uma proposta que se vê bem, sem se esperar mais do que isso.

® Sérgio Lopes