Doce Tortura
Título Original: "Dalkomhan insaeng" (2005) Realização: Ji-woon Kim Argumento: Ji-woon Kim Actores: Byung-hun Lee - Sun-woo Jeong-min Hwang - Presidente Baek Ku Jin - Min-gi Roe-ha Kim - Mun-suk |
Sun-Woo tem servido o seu patrão, presidente Kang, fidedignamente nos últimos 7 anos, sendo por isso o seu braço direito e gerente do seu hotel. Kang vem mantendo um caso amoroso com uma rapariga muito mais nova do que ele suspeitando que ela o anda a trair. Assim sendo, entrega a missão de descobrir a veracidade dos factos ao seu fiel colaborador, pedindo-lhe que não tenha misericórdia caso a traição seja real… A batalha que se irá despoletar vai ultrapassar os valores da honra, lealdade ou vingança…ultrapassando os limites do razoável.
Após o fabuloso A Tale of Two Sisters (talvez o melhor filme de terror psicológico asiático de sempre), chega-nos o novo filme de Kim Jee-woon, Doce Tortura. Trata-se do primeiro filme de acção noir coreano e nesse contexto não desilude.
Tal como em A Tale of Two Sisters as marcas de originalidade, desafio intelectual e soberbo estilo visual, voltam a estar presentes, acrescentando-se ainda excelentes cenas de acção (coreografadas ao estilo John Woo), intercaladas com momentos de narrativa lenta (mas visualmente soberbos) servidos por uma música clássica de fundo da autoria de… Chopin! As cores, vermelho e negro, são utilizadas de forma perfeita pelo realizador como forma de ilustrar o ambiente do filme.
Sun-Woo é por definição o bandido com estilo; Sempre de fato negro, integrado num mundo de violência, domina artes marciais, facas e armas de fogo. Aparentemente calmo, vive no seu mundo, desligado de tudo o que o rodeia, não tem namorada nem amigos de qualquer espécie, vivendo sozinho. Na sua mais recente missão, a amizade estabelecida com a sua presa irá levar à sua expulsão do gang. Confiando na sua consciência mas contradizendo o seu chefe, irá forçar a sua queda. Uma rapariga irá mudar o seu destino para sempre…
Com um final sangrento à Scarface, Doce Tortura tem todos os ingredientes para agradar os amantes dos policiais negros e sangrentos ao estilo de Brian De Palma. Com inevitáveis comparações a Oldboy, devido à temática de vingança explorada, é no entanto, um filme diferente do de Park Chan-Wook, na medida em que transparece todos os traços característicos e de autor do cineasta Kim Jee-woon.
É portanto mais um filme de vingança, só que com um estilo muito próprio e com uma realização de classe. Não sendo uma obra-prima do realizador, é certamente recomendável. Sendo o primeiro filme noir coreano, o que prova que este país está cada vez a evoluir mais e melhor tornando-se uma séria referência para o que de melhor se faz na 7ª arte.
® Sérgio Lopes
4 Comments:
Também gostei, é uma boa surpresa, venham mais...
Já viste o "A tale of two sisters" Gonçalo? Esse sim, suplanta o doce tortura. É mesmo genial! Grande realizador coreano!
Cumprimentos,
Sérgio Lopes
Pois, consta que esse é ainda melhor, mas infelizmente não o vi.
tens que ver!
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