Realizador da Semana: Andrzej Wajda
É considerado o mais seminal realizador polaco, responsável pela liderança da escola polaca de cinema, reconhecida após 1956 quando a Polónia estabeleceu uma política menos rígida e passou a relacionar-se melhor com a União Soviética. Mais, Wajda é um autêntico cronista comprometido das convulsões sociais que marcaram a recente história europeia.
Nascido a 6 de Março de 1926 em Suwalki, Polónia, Wajda juntou-se à resistência polaca na sua adolescência durante a Segunda Guerra Mundial, tendo depois estudado pintura e acabado por ir para Lodz, onde estudou cinema. Foi assistente de realização do veterano polaco Aleksander Ford, e, tendo como principais fontes temáticas do seu cinema as recordações da guerra e o processo político que o seu país viveu logo de seguida, conseguiu afirmar-se como um dos mais importantes realizadores de sempre do leste europeu e até a nível mundial, segundo o que é defendido por muitos especialistas. É o percurso que lhe granjeou tais reconhecimentos que será parcialmente analisado.
Os seus três primeiros filmes, Uma Rapariga Falou, Kanal – Morrer como um Homem e Cinzas e Diamantes constituíram uma marcante trilogia sobre os efeitos da guerra na Polónia, onde eram apresentadas histórias ambientadas durante a ocupação, a libertação e o pós-guerra imediato. Sem nunca abandonar o estilo lírico e frenético que o caracteriza, abordou a libertação dos campos de concentração em Paisagem após a Grande Batalha e descreveu a consolidação do capitalismo em A Terra da Grande Promessa.
Crítico da burocracia comunista que governou o seu país, retratou-a ferozmente em O Homem de Mármore, situando-se abertamente do lado do movimento da Solidariedade e do seu dirigente, Lech Walesa, com o Homem de Ferro, a Palma de Ouro do Festival de Cannes de 1981. Sem renunciar aos seus postulados políticos e estéticos, foi para França filmar O Caso Danton e para a Alemanha Um Amor na Alemanha, muito por culpa dos seus problemas com as autoridades polacas. Antecipou-se a Spielberg no render de homenagem a um herói do holocausto em Os Filhos do Doutor Korczak, sendo o homónimo o alvo e não Schindler. Desde então, partilhou a sua actividade cinematográfica e teatral com o cargo de senador no novo parlamento democrático.
Andrzej Wajda foi galardoado com o Óscar Honorário na cerimónia de 2000. Se bem que a credibilidade dos vencedores nas categorias competitivas seja frequentemente posta em causa, a cantiga é outra no que diz respeito ao Óscar Honorário. É preciso mesmo merecê-lo.
® Artur Almeida
Nascido a 6 de Março de 1926 em Suwalki, Polónia, Wajda juntou-se à resistência polaca na sua adolescência durante a Segunda Guerra Mundial, tendo depois estudado pintura e acabado por ir para Lodz, onde estudou cinema. Foi assistente de realização do veterano polaco Aleksander Ford, e, tendo como principais fontes temáticas do seu cinema as recordações da guerra e o processo político que o seu país viveu logo de seguida, conseguiu afirmar-se como um dos mais importantes realizadores de sempre do leste europeu e até a nível mundial, segundo o que é defendido por muitos especialistas. É o percurso que lhe granjeou tais reconhecimentos que será parcialmente analisado.
Os seus três primeiros filmes, Uma Rapariga Falou, Kanal – Morrer como um Homem e Cinzas e Diamantes constituíram uma marcante trilogia sobre os efeitos da guerra na Polónia, onde eram apresentadas histórias ambientadas durante a ocupação, a libertação e o pós-guerra imediato. Sem nunca abandonar o estilo lírico e frenético que o caracteriza, abordou a libertação dos campos de concentração em Paisagem após a Grande Batalha e descreveu a consolidação do capitalismo em A Terra da Grande Promessa.
Crítico da burocracia comunista que governou o seu país, retratou-a ferozmente em O Homem de Mármore, situando-se abertamente do lado do movimento da Solidariedade e do seu dirigente, Lech Walesa, com o Homem de Ferro, a Palma de Ouro do Festival de Cannes de 1981. Sem renunciar aos seus postulados políticos e estéticos, foi para França filmar O Caso Danton e para a Alemanha Um Amor na Alemanha, muito por culpa dos seus problemas com as autoridades polacas. Antecipou-se a Spielberg no render de homenagem a um herói do holocausto em Os Filhos do Doutor Korczak, sendo o homónimo o alvo e não Schindler. Desde então, partilhou a sua actividade cinematográfica e teatral com o cargo de senador no novo parlamento democrático.
Andrzej Wajda foi galardoado com o Óscar Honorário na cerimónia de 2000. Se bem que a credibilidade dos vencedores nas categorias competitivas seja frequentemente posta em causa, a cantiga é outra no que diz respeito ao Óscar Honorário. É preciso mesmo merecê-lo.
® Artur Almeida
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home