Realizador da Semana: Nanni Moretti
É sabido que o cinema europeu sente muito a falta dos seus antigos mestres incontornáveis. No caso do italiano, Moretti é claramente um dos principais a atenuar essa saudade. Chama-se Giovanni Moretti mas ficou conhecido por Nanni, “nome de guerra” desde que militou nas organizações de juventude de esquerda na década de 70. Aliás, o cinema do cineasta italiano nascido a 19 de Agosto de 1953 em Brunico, apresenta um forte teor político que é prolongado na actividade de Moretti como um dos principais opositores ao governo de Silvio Berlusconi.
Io Sono un Autarchico é o seu primeiro filme, uma comédia politicamente correcta de humor corrosivo, seguindo-se o muito humano e detentor de um raro humor desencantado Ecce Bombo, que integrou a Selecção Oficial de Cannes. Três anos depois arrecadava o Grande Prémio do Júri em Veneza graças a Sonhos de Ouro onde Nanni encarnava um realizador que pretendia fazer um filme sobre a juventude.
Io Sono un Autarchico é o seu primeiro filme, uma comédia politicamente correcta de humor corrosivo, seguindo-se o muito humano e detentor de um raro humor desencantado Ecce Bombo, que integrou a Selecção Oficial de Cannes. Três anos depois arrecadava o Grande Prémio do Júri em Veneza graças a Sonhos de Ouro onde Nanni encarnava um realizador que pretendia fazer um filme sobre a juventude.
Em 1983 encontrou uma veia intimista e romântica com Bianca, onde, para além da história de amor, encarnava um professor que nos tempos livres apregoava a moral dos amigos. Em La Messa è Finita abordou a religião de forma rigorosa e recusou a hipocrisia moderna, sempre com grande inteligência, mas foi com Palombella Rossa que alcançou o reconhecimento público, apesar da aparente austeridade da obra: a cena política é simbolizada por um jogo de pólo aquático (ao lado do cinema a sua grande paixão, tendo-se dedicado talentosamente ao integrar a selecção nacional de juniores e actuado na primeira divisão italiana).
Regressa cinco anos depois com Querido Diário, um tríptico filmado na primeira pessoa que tem por base algumas das suas obsessões e que o fez conquistar o Prémio de Melhor Realizador em Cannes. Mais cinco anos se passam e chega Abril, uma curta crónica familiar onde Moretti fala das suas crises de inspiração e do nascimento dos seus filhos.
A Palma de Ouro de Cannes de 2001 foi sua devido a O Quarto do Filho, retrato de uma família atingida pela tragédia: a morte de um filho e suas consequências.
Moretti pode não ser um Fellini, um Antonioni ou um Visconti mas não é por isso que vamos ficar chateados quando chegar Il Caimano.
® Artur Almeida
1 Comments:
obrigado por esta síntese da carreira de um dos maiores realizadores europeus e, também, um dos meus preferidos.
parabéns pelo excelente site!
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