Realizador da Semana: Andrei Tarkovsky
Filho de um poeta, Tarkovsky também fez poesia, mas enquanto que o pai o era de forma convencional – fazendo-o com as letras – o cineasta russo usava as imagens para ostentar tal estatuto artístico e diga-se que, sendo no cinema, era sensato ser-lhe aplicado um certo título insofismável de Sir “Savoir-Faire”, dado o insólito delicioso que é Fazer poesia sem palavras.
Nascido em Ivanono, cidade da antiga União Soviética, a 4 de Abril de 1932, Andrei Arsenyevich Tarkovsky estudou música antes de entrar para a escola de cinema soviética de onde saiu preparado para justificar o posterior catálogo – atribuído pelos ocidentais e pelos dissidentes soviéticos – de génio heróico e mártir cultural, este último “título” devido à constante censura nacional de que as suas obras eram alvo, resultando no seu exílio em Itália. Mas o essencial está no meio disto tudo: os seus filmes.
Aquele que dizia que as crianças compreendiam melhor o seu cinema estreou-se com A Infância de Ivan, obra consagrada com o Leão de Ouro em Veneza e proclamada por Ingmar Bergman como um milagre, afirmando que esta capturava a vida como uma reflexão, como um sonho. Seguiu-se Andrei Rubliev, biografia histórica que se serve do famoso pintor do século XV do título para examinar o papel e responsabilidade do artista na sociedade. Três anos depois, o misterioso Solaris é aclamado por muitos como a resposta soviética a 2001: Uma Odisseia no Espaço, tendo arrecadado o Grande Prémio do Júri em Cannes.
Em 1975 chegou O Espelho, uma densa e pessoal rede de memórias autobiográficas com um tratamento radical e inovador da estrutura de enredo. Stalker, a seguinte obra, que amealhou o Prémio do Júri Ecuménico em Cannes, relata uma odisseia a uma área proibida que esconde mistérios inquietantes. Galardoado com o Prémio de Melhor Realizador em Cannes, Nostalgia segue o percurso de um poeta que numa viagem a Itália descobre mais do que tinha em mente. A sua derradeira película, O Sacrifício, analisa o impacto de um iminente ataque nuclear numa família que se encontra numa ilha remota.
Tarkovsky outrora disse: “O meu objectivo é fazer filmes que ajudem as pessoas a viver, mesmo que às vezes causem tristeza.” Não é isto também o Cinema?
® Artur Almeida
Nascido em Ivanono, cidade da antiga União Soviética, a 4 de Abril de 1932, Andrei Arsenyevich Tarkovsky estudou música antes de entrar para a escola de cinema soviética de onde saiu preparado para justificar o posterior catálogo – atribuído pelos ocidentais e pelos dissidentes soviéticos – de génio heróico e mártir cultural, este último “título” devido à constante censura nacional de que as suas obras eram alvo, resultando no seu exílio em Itália. Mas o essencial está no meio disto tudo: os seus filmes.
Aquele que dizia que as crianças compreendiam melhor o seu cinema estreou-se com A Infância de Ivan, obra consagrada com o Leão de Ouro em Veneza e proclamada por Ingmar Bergman como um milagre, afirmando que esta capturava a vida como uma reflexão, como um sonho. Seguiu-se Andrei Rubliev, biografia histórica que se serve do famoso pintor do século XV do título para examinar o papel e responsabilidade do artista na sociedade. Três anos depois, o misterioso Solaris é aclamado por muitos como a resposta soviética a 2001: Uma Odisseia no Espaço, tendo arrecadado o Grande Prémio do Júri em Cannes.
Em 1975 chegou O Espelho, uma densa e pessoal rede de memórias autobiográficas com um tratamento radical e inovador da estrutura de enredo. Stalker, a seguinte obra, que amealhou o Prémio do Júri Ecuménico em Cannes, relata uma odisseia a uma área proibida que esconde mistérios inquietantes. Galardoado com o Prémio de Melhor Realizador em Cannes, Nostalgia segue o percurso de um poeta que numa viagem a Itália descobre mais do que tinha em mente. A sua derradeira película, O Sacrifício, analisa o impacto de um iminente ataque nuclear numa família que se encontra numa ilha remota.
Tarkovsky outrora disse: “O meu objectivo é fazer filmes que ajudem as pessoas a viver, mesmo que às vezes causem tristeza.” Não é isto também o Cinema?
® Artur Almeida
5 Comments:
Texto bem informativo para quem jamais assistiu a um Tarkovsky, como eu. Conheço apenas seu longo SOLARIS.
Mas olha, Gustavo, que descobrir Tarkovsky mais tarde que os outros realizadores pode ser muito benéfico, dado que é 1 cineasta para o qual temos de estar cimentadamente preparados a nível cinematográfico. Lembro-me de assistir a Solaris com uns 13 anos e sabia que devia ter esperado mais. Mesmo assim retirei algum encanto, mas actualmente já é muito diferente. Contudo, Tarkovsky é 1 cineasta obrigatório de conhecer dado que quando desperta paixões é 1 caso sério.
Cumprimentos
Um Blog, onde há tarkovsky e Eisenstein, que mais se pode dizer... ;)
Parabéns
É um dos meus realizadores preferidos, não escondo. Tenho "Stalker" e "Solyaris" como duas obras-primas marcantes- ainda não vi, e lamento muito, "Sacrifice" e "Andrei Rublev". Achei muito curíosa esta mini biografia: a admiração de Bergman por esse filme inesquecível que é "Infância de Ivan".
Cumprimentos
cumprimentos
Olá,
Ne-To: Se não fosses tu, não seria o Tarkovsky esta semana. Mas não me ponhas mais sob pressão.(tou a brincar:) E obrigado.
Luís Mendonça: Já agora que achaste curiosa acrescento-te que Bergman disse ainda isto a respeito do filme: "Senti-me encorajado e estimulado: alguém estava a expressar o que eu sempre quis dizer sem saber como." Very, very impressive.
Cumprimentos aos 2
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