Realizador da Semana: Manoel de Oliveira
Sejamos directos: amado ou odiado, “o Manoel” não deixa ninguém indiferente. Acusado de total inércia fílmica ou genialismo de autor, assim é o decano dos realizadores mundiais, “cargo” que ocupa desde 2001.
Nascido no Porto a 1908, Manoel Candido Pinto de Oliveira percorreu o século com uma visão pessoal que transpôs para as suas obras. Em jovem, exímio praticante de atletismo, ginástica e automobilismo, foi graças a este último desporto que recebeu um convite para representar no primeiro filme sonoro português, A Canção de Lisboa. A sua estreia na realização deu-se com Aniki-Bobó, considerado por muitos como o primeiro filme neo-realista da história do cinema.
A sua muito premiada filmografia, que se pavoneia por diversos festivais, completa-se com Acto de Primavera; O Pão; O Passado e o Presente; Benilde ou a Virgem Mãe; Amor de Perdição; Francisca; Nice – À Propos de Jean Vigo; Lisboa Cultural; O Sapato de Cetim; O Meu Caso; Os Canibais; Non ou a Vã Glória de Mandar; A Divina Comédia; O Dia do Desespero; Vale Abraão; A Caixa; O Convento; Party; Viagem ao Princípio do Mundo; Inquietude; A Carta; Palavra e Utopia; Vou Para Casa; Porto da Minha Infância; O Princípio da Incerteza; Um Filme Falado e O Quinto Império – Ontem Como Hoje.
Figura maior da cultura nacional, este apaixonado por História Portuguesa é dono de uma projecção internacional invejavelmente dignificante, tendo já dirigido actores consagrados como Marcello Mastroianni, John Malkovich, Catherine Deneuve entre outros.
“Há pessoas que na rua dizem que admiram o meu trabalho e afinal não viram filme nenhum” disse uma vez. Por uma questão de curiosidade louvável, convém confirmar ou não, afinal, ele é o Senhor Cinema.
® Artur Almeida
Nascido no Porto a 1908, Manoel Candido Pinto de Oliveira percorreu o século com uma visão pessoal que transpôs para as suas obras. Em jovem, exímio praticante de atletismo, ginástica e automobilismo, foi graças a este último desporto que recebeu um convite para representar no primeiro filme sonoro português, A Canção de Lisboa. A sua estreia na realização deu-se com Aniki-Bobó, considerado por muitos como o primeiro filme neo-realista da história do cinema.
A sua muito premiada filmografia, que se pavoneia por diversos festivais, completa-se com Acto de Primavera; O Pão; O Passado e o Presente; Benilde ou a Virgem Mãe; Amor de Perdição; Francisca; Nice – À Propos de Jean Vigo; Lisboa Cultural; O Sapato de Cetim; O Meu Caso; Os Canibais; Non ou a Vã Glória de Mandar; A Divina Comédia; O Dia do Desespero; Vale Abraão; A Caixa; O Convento; Party; Viagem ao Princípio do Mundo; Inquietude; A Carta; Palavra e Utopia; Vou Para Casa; Porto da Minha Infância; O Princípio da Incerteza; Um Filme Falado e O Quinto Império – Ontem Como Hoje.
Figura maior da cultura nacional, este apaixonado por História Portuguesa é dono de uma projecção internacional invejavelmente dignificante, tendo já dirigido actores consagrados como Marcello Mastroianni, John Malkovich, Catherine Deneuve entre outros.
“Há pessoas que na rua dizem que admiram o meu trabalho e afinal não viram filme nenhum” disse uma vez. Por uma questão de curiosidade louvável, convém confirmar ou não, afinal, ele é o Senhor Cinema.
® Artur Almeida
9 Comments:
Um colaborador para cada dia da semana. Deve ser ótimo comandar um blog em conjunto com outros colegas (evita sobrecarga).
Digo que aqui no Brasil Manoel de Oliveira é quase desconhecido, mas as poucas obras que aqui aportam são recebidas com reverência pelos críticos. Conheço um pouco dele pois assino a Premiere portuguesa.
Seu filme VOU PARA CASA (está correto?) foi muito elogiado.
Olá Gustavo,
Manoel de Oliveira é conhecido, nem que seja muito pouco, por todo o mundo fora, visto os seus filmes marcarem presença em festivais e salas geograficamente diversificadas. É um cineasta que desperta tantos ódios como paixões, daí haver uma certa crítica muitíssimo bem comportada para com a sua obra. Sim, o Vou Para Casa foi dos recentes mais elogiados e curiosamente, dos que vi, é o meu preferido.
Vai aparecendo:)
Manoel de Oliveira é um autêntico embaixador do cinema português pelo mundo fora. A projecção que conseguiu alcançar não tem paralelo na história do nosso cinema. Para quem gosta e para quem não gosta, que se retenha:
1- se o cinema nacional ambiciona atingir um outro estatuto, é importante que se tenham imposto, antes dessa "explosão, algumas cinematografias de origem portuguesa no panorama do cinema mundial. São os mestres, já com nome feito, que servem de base para qualquer revolução cultural consolidada e duradoura. João César Monteiro ( vencedor do Urso de Veneza pelo "Recordações da Casa Amarela"), mas sobretudo Manoel de Oliveira são dois icones que temos de encarar como referências ( boas ou más, não é isso que está em discussão) da nossa cultura cinematográfica.
2- O tema Manoel de Oliveira parece despertar reacções perfeitamente descabidas em grande parte da "populaça" pseudo-cinéfila, que se encosta frequentemente a grandes chavões ou frases feitas para deitar a baixo uma cinematografia que, na maior parte das vezes, nem conhece. Tomando também eu uma expressão do senso comum: é preciso ver para crer.
3- Outra coisa que acho profundamente irritante é que ou se adora Manoel de Oliveira ou se odeia Manoel de Oliveira. É impensável não gostar do "Quinto Império", mas achar o "Vou Para Casa" um filme magnífico. É impensável achar "Vale Abraão" uma obra datada e, ao mesmo tempo, deliciar-se com a carga barroca, em contraste com o eclectismo visual de um Pedro Abrunhosa, em "A Carta".
Caimos num emaranhar de redundências: gosto de um, tenho de gostar de todos; não gosto deste, então não gosto de nenhum. PIOR!: não gosto do último Manoel de Oliveira, então sou CONTRA o cinema português.
O radicalismo bacoco em que muitas vezes se caí, para além de ser totalmente inconsequente, tem tendência nos, últimos tempos, a transformar-se numa discussão excruciantemente exasperante.
4- é giro verificar o vazio de muita desta gente que detracta a cinematografia de Manoel de Oliveira e que depois vem aclamar coisas como um Fernando Fragata ou um Leonel Vieira ou um Balas e Bolinhos... Enfim, a partir daqui, perde-se por completo, mas por completo, toda a credibilidade.
cumprimentos e desculpem o desabafo
Uma correcção: César Monteiro ganhou o Leão de Veneza- Urso é de Berlim.
Não aprecio muito o trabalho de Manoel de Oliveira, mas tem que se dizer que realizar filmes com a idade dele é de louvar :)!
Cumprimentos cinéfilos
Luís Mendonça: isso é mesmo muito aceitável e certo de se dizer e espelha muito bem a "cena" pública que anda à volta de Oliveira, mas é sempre bom constantar uma certa integridade(não podemos avaliar a quantidade mas é a que se manifesta imparcial e alternada) de por exemplo João Lopes, grande fã de Oliveira que descarregou 1 estrelinha em A Carta e O Principio da Incerteza e Eurico de Barros que tem alternado bastante as classificações nos Oliveira's mais recentes. Eu próprio gostei muito do Vou Para casa e não gostei nada do Palavra e Utopia. Mas pronto, a realidade geral vigente é a que referiste e é pena. E já agora, eu várias vezes desconfio de amizades entre profissionais da crítica e do cinema. Era bom que não houvesse razões para isso...
sOlo: isso é muitíssimo compreensível mesmo, e sim, o homem parece uma força da natureza.
Cumprimentos aos 2
Gostei da tua visão.
Diverti-me à brava com a tua comparação (Manoel de Oliveira vs Balas&bolinhos)
Eu prefiro o balas porque é honesto!
Com nada se fez um filme ao contrário do Manoel que com muito não chega a fazer nada.
No entanto não comparo, porque um balas existe para fazer divertir e rir (algum mal nisso?) e o Manoel não me faz pensar!
Será que por ter estes gostos faz de mim um cinéfilo inferior.
Não!... apenas não sou hipócrita!
Desculpa paulo mas es realmente hipocrita,,, balas e bolinhos???? Humor? Qualidade? Tenho toneladas de amigos k adoram essa producao mas tambem e certo que nenhum deles conhece mais de 1 ou 2 dos realizadores expostos neste blog...
cumprimentos e obrigado pelo blog!
Exactamente Tiago, admite-se afirmações como a do Paulo a quem não percebe nadinha de cinema (que deve ser o caso dele). Mas isso não se condena, nem todos podemos ser cinéfilos. Agora um burro que diz que Manoel de Oliveira não o faz pensar e afirma que é cinéfilo, isso sim é de condenar.
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