Cubo
Título Original: “Cube” 1997 Realização: Vincenzo Natali Argumento: Vincenzo Natali Actores: Nicole de Boer - Joan Leaven (Estudante de matemática) Nicky Guadagni - Helen Holloway (Médica) David Hewlett - David Worth (Engenheiro civil) Andrew Miller - Kazan (Autista) Maurice Dean Wint - Quentin (O polícia) |
“Medo. Paranóia. Desconfiança. Desespero. Não procure uma razão ... Procure uma saída!”
É este o cartão de apresentação do filme que vos vou falar hoje. Filme participante no Fantasporto de 1999 foi vencedor dos prémios de melhor filme, melhores efeitos especiais e prémio do público (que tem bom gosto por sinal!).
Cubo é um filme extremamente inteligente, cativante e sobretudo inovador no domínio da ficção cientifica. Este filme prima por tocar no instinto de sobrevivência (que é inato a todos nós) mas por dois pontos diferentes do conhecimento, a filosofia e a matemática ... o querer saber a razão dos factos versus o querer resolver o problema.
Seis pessoas despertam, um dia sem saber como, encerradas num cubo gigante com múltiplas divisões, múltiplas salas cúbicas. Cubos armadilhados, cubos seguros ... Qual será o próximo?
Um polícia, uma génia da matemática, um engenheiro civil, uma médica, um especialista em fugas de prisões e um autista. Juntos começam a tentar desvendar o mistério, cada um têm características próprias que os destingue uns dos outros. Essa característica de cada um pode ser imprescindível para a resolução dos diversos problemas que se lhes atravessam.
Sem alimento, juntamente com a fadiga os conflitos entre as diferentes personalidades agrava-se pondo em causa a vida de cada um deles. Cada um luta pela a sua sobrevivência, mas sem ver a luz do dia e o monótono cenário cubico (em que a única coisa que muda é a cor e a surpresa, susto e medo da armadilha) indu-los para a paranóia e os limites da loucura.
Encaro este filme um pouco como se fosse uma viagem ao nosso próprio cérebro... onde podemos encontrar diferentes cores, diferentes factos que desconhecemos e outros que conhecemos.
Realmente cada compartimento daqueles poderia ser uma parte do nosso cérebro, existem lugares seguros (lembranças seguras), existem sempre aquelas partidas (armadilhas) que o nosso cérebro nos prega.
Cada uma daquelas personagem poderia ser uma característica em cada um de nós.. creio que todos nós temos em nós um animal violento; o trauma da adolescência por tudo ser demasiado normal e aborrecido; o niilismo, o não acreditar num mesmo propósito; o nosso próprio mundo em que nos refugiamos; o sentimento de frustração e desespero pelo facto dos nossos desejos se terem realizado; o procurar-mos sempre uma fuga...
Este filme para mim merece 5 estrelas, é excelente! Bastante inteligente e cativante foi feito com escassos recursos financeiros. É mais um daqueles filmes da corrente alternativa que nos possibilita fugir aos filmes comerciais que invadem constantemente as nossas salas de cinema e a também televisão. Indicado para quem gosta de ficção cientifica e para quem gosta de ver os traquejos da mente humana ... não percam a oportunidade de o ver!
® Inês Montenegro
1 Comments:
Ying Yang... ou adora-se ou detesta-se. Eu adorei.
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